Saturday, July 28, 2007

Somos apenas cópias? Leia este artigo da Senhora Sollene.


As fêmeas de todas as espécies são superiores, já não resta nenhuma dúvida. A base científica para esta superioridade é evidente. O argumento lógico é que o original é sempre melhor do que sua cópia. Isto é verdade na arte, nas fotografias, na escrita e na biologia. As cópias tendem a permitir que aconteçam falhas, por ser menos capazes de lidar com as dificuldades do que o original. Os traços se enfraquecem e a cópia desvanece.

O molde de toda a biologia, da planta ao animal, acima do estágio unicelular, é o gênero feminino. Todos os embriões, do pintinho à criança, passando pela tartaruga, começa seu desenvolvimento como fêmea. A humanidade não escala a este molde, como não podemos escapar de nossa própria mortalidade. Se examinarmos a história bíblica de que o" homem, foi feito por Deus à sua imagem e semelhança", então nós podemos ter somente UMA imagem em que caibam todos os seres humanos: o embrião.
No concepção e nas primeiras poucas semanas de gestão, TODOS os embriões são absolutamente idênticos na aparência. Pretos, brancos, alto, curto, gordo, fino, masculino, fêmea, nós somos todos indistinguíveis nisso. Este é o momento em que TODOS OS seres humanos olham igualmente, é o molde, a imagem divina. Assim, tomando isto como referência, nós vemos que, na verdade, o divino é FÊMEA. Seu universo é feminino também. O macho é, em todos os exemplos, uma cópia da fêmea original, e consequentemente carrega a tendência de ser inferior à fêmea.

Para criar um macho, uma cópia do molde que é fêmea, o corpo da mãe deve reconhecer o incompleto cromossomo dentro do esperma que o macho deixou em seu corpo. Cromossomos de mulheres são XX. Duas formas perfeitamente dadas que transmitem suas características ao feto. Assim, Os cromossomos podem ser XX (assegurando o nascimento de uma fêmea) ou XY (que transmitem seus danos ao feto e resulta em um macho). Um cromossomo X tem todos os quatro "membros" ligados ao nexo central. O Y tem três membros ligados ao centro, sendo que o quarto desapareceu. Desta forma, um Y é nada mais do que um X quebrado ou danificado, que sofreu mutação. É o macho da espécie que transmite o sexo à prole, isso porque os danos resultam dos próprios danos, não da perfeição. Uma vez danificado o cromossomo é identificado. O corpo feminino banha o feto formando hormônios que param o desenvolvimento de características femininas e força a formação da estrutura masculina inferior. "Você é a ligação mais fraca! Adeus!" e o bebê consignou à natureza o papel projetado para ele. Basta observar o corpo humano e você verá que o masculino contém dentro dele estruturas femininas, mas mutados e alterados.

Biologicamente, as criações "mais baixas", pelo prisma evolucionário, tem estruturas mais simples e ligações reprodutivas menores. Uma borboleta, por exemplo, ou uma rã, têm uma cloaca, que abre para a reprodução e a eliminação de excrementos. O inseto ou o anfíbio produzem também grande número de prole. Centenas e milhares de ovos em sua ovulação. As estruturas mais assentadas, fisicamente mais elevadas, têm proles menores. O cuidado maternal torna-se mais complexo. Enquanto a rã mãe jorra milhares de ovos de sua cloaca, os cães tem de quatro a oito filhotes que são gestados dentro do corpo da mãe. Os ovos da rã estão fadados a crescerem como larvas ou serem comidos. Os filhos de cão terão mais atenção da mãe. O Intervalo reprodutivo do cão está relacionado ao nascimento, e seus órgãos para liberar excrementos são diferenciados.

Observando estes fatos, percebemos que, quanto mais elevada a estrutura, mais a diferenciação no uso dos órgãos, menor o número da prole e um tempo maior dentro do corpo materno. Os primatas tem um (ou às vezes) dos filhos. Então, onde os homens se encaixam diante disso? Têm menos diferenciação ( O pênis é usado para urinar e para reproduzir), mantém as "células" reprodutivas (espermatozóides) dentro do corpo somente para algumas semanas ou alguns dias e os jorra para fora aos milhões, assim como a rã! A única concessão a uma evolução mais elevada é que um homem pode encontrar dificuldade de "urinar com o pênis ereto". Os danos reprodutivos e sociais são evidentes dentro da população masculina. Fantasias são mais evidentes na psique masculina. Os defeitos de nascimento são mais comuns nos machos que nas fêmeas, e os defeitos genéticos como a hemofilia são mais aparentes e devastadoras nos machos.
Uma fêmea humana, por outro lado, tem um intervalo reprodutivo adequado, uma gravidez longa (reservada para o desenvolvimento da prole), que é um prazo de cuidado maternal. Elas têm somente uma ou duas crianças em cada gestação. A superioridade da fêmea é uma teoria ou hipótese utilizadas para a pessoal gratificação sexual, com a contemplação desta superioridade e da servidão do macho, ou ela é um provável fato científico? Uma simples observação da realidade nos faz chegar a uma solução correta. A superioridade da fêmea é um fato da vida.
Aqueles que já leram minhas lições têm-se tornado familiares com a prova dos jornais. Há inúmeros sites que discutem a superioridade, o matriarcalismo fêmea e etc..Há tantas teorias quanto sites que o suportam. Eu acredito que o fato da fêmea ser superior não torna o macho sem função. Apesar de tudo, o macho foi projetado para uma finalidade definitiva: diversidade genética. O gene masculino permite o organismo recriar os moldes a cada reprodução e manter a viabilidade, energia e a força da espécie.

A fraqueza do sistema de Fêmea/macho é que os machos são, devido ao seu projeto, mais provável de ser subserviente à sua natureza sexual. Foram, apesar de tudo, criados unicamente para o seu papel reprodutivo. Nenhum macho acha maravilhoso ter o "sexo no cérebro"... seguem apenas o foram CRIADOS para ser. É por isso que eu sou paciente com os homens. Quando um homem quer se masturbar, ele simplesmente segue o que o universo feminino preparou para ele. É minha tarefa treinar e guiá-los à melhor expressão de sua masculinidade. Sem machos, de toda as espécie, a terra seria desolada. A vida não seria possível em toda a sua beleza e complexidade. SIM! Eu amo a mente masculina, eu amo o serviço masculino, eu amo o ego masculino e sua vulnerabilidade aos meus funcionamentos. Eu estimo escravos e submissos e eu vivo com a uma orelha inclinada à voz masculina que implora-me por minha atenção!

(...)
Emocionalmente, as mulheres são mais atingidas por variações hormonais, elas são verdadeiras. A presença dao testosterona no hormônio do macho, entretanto, é um dos fatores da violência e do assassinato, sejasuicídio ou homicídio. Este é um fator da natureza e uma necessidade inerente dos machos de competir com osoutros para o acesso à fêmea e o direito de reproduzir. O testosterona é um tóxica e no corpo conduz à agressão, câncer e outros problemas.

Fisicamente, os machos são maiores nas ordens mais elevadas da vida (mamíferos tais como cervos, primatas) mastenda a viver menos. Em umas ordens mais baixas (peixes, insetos) o macho é muito menor e às vezes uniformeparasítico em cima da fêmea maior, mais poderosa. Entre insetos comunitários, tais como abelhas, vespas e formigas, há uns milhões fêmeas dominantes, governando (da rainha) e de fêmeas estéreis (trabalhadores)e alguns machos férteis (zangões) a fim manter a colônia. A natureza não faz política, de forma que os mais aptos prevalecem. Nas ordens mais elevadas, onde o macho é maior (alces, os leões etc.) o machos são maiores devido à necessidade de competição e combate. Têm muito pouco a fazer em relação a formação dos jovens e, (como nos golfinhos, nos elefantes e nas ordens mais elevadas e mais inteligentes) as fêmeas derem forma à cultura, ensinando seus jovens e permanecendo dentro dos grupos ligados quando os machos, na puberdade, se agrupam e vagueiam , competindo.

(...)De forma genérica, sim, nós somos iguais. Nós começamos iguais e crescemos. Quando a puberdade chega, as meninas tendem a perder o interesse na ciência e voltar suas vistas para a reprodução e a união. Os machos perdem seu interesse em formar grupos cooperativos e começam a competir. Sem o macho, ainda seríamos caçadores e coletores. Os homens nos levaram para o progresso, como para os traços naturais da diversidade...mas isso não muda o fato de que, geneticamente, sem a intervenção das fêmeas, os homens já teriam sido varridos para fora do planeta. Nós devemos incentivar o verdadeiro controle das fêmeas. Uma vez que os homens forem ensinados, corrigidos e melhorados, nós podemos, então, ter uma estrutura social cooperativa. O paradigma da supremacia feminina é uma etapa para este objetivo.

Senhora Sollene

Monday, January 29, 2007

Pra que um cérebro tão grande?

Pra que um cérebro tão grande?

Imaginem se a inteligência fosse determinada pelo tamanho do cérebro? No mínimo, o elefante seria o animal dominante na natureza. O problema é que, para desespero dos elefantes, tamanho não é documento para a capacidade cerebral. Há algum tempo a ciência descobriu que os homens possuíam um cérebro maior que a mulher. Nada mais natural, levando-se em consideração que as dimensões cerebrais são proporcionais as diferenças de tamanho entre homens e mulheres. Pois bem, para alegria machista, foi descoberto também que os homens possuíam três bilhões de neurônios a mais. "Agora está provado que somos mais inteligentes", precipitaram-se os machistas com ar de superioridade. Pura ilusão, coitados. Enquanto ainda comemoravam, a ciência descobria que as mulheres possuem mais sinapses, ou seja, conexão entre os hemisférios cerebrais. Mas o que isso significa? Na prática, significa que as mulheres usam as duas partes do cérebro. Os homens, apenas uma. Em outras palavras, o cérebro masculino tem bilhões de neurônios que não se comunicam. Neurônios isolados, egoístas, que só poderiam estar na cabeça de um homem. O cérebro do homem, então, possui uma longa área ociosa, como um latifúndio improdutivo sem utilidade. Mais dinâmica, a mulher é multifuncional, capaz de fazer várias coisas ao mesmo tempo. Hora, quem nunca viu um homem se atrapalhar ao fazer mais de uma coisa? Você, mulher, já se irritou com os embaraços de um homem nesta situação? Pois é, devia é se divertir. O machista, com um ar de superioridade, apresenta limitações e são incapazes de entender a complexidade de uma mulher. Precisam se concentrar numa coisa para fazer certo. Não dizem que homens são incapazes de entender mulher? É verdade. As mulheres são, em média, mais inteligentes, e isso não precisa da ciência para provar, não é verdade? Fica a pergunta para quem souber responder: por que os homens tem um cérebro tão grande?

Sunday, January 21, 2007

SCUM Manifesto

Como a vida em nossa sociedade, na melhor das hipóteses, é um tédio sem fim, e considerando que nenhum aspecto da sociedade tem a menorrelevância para o sexo feminino, só resta às mulheres politizadas,conscientes, responsáveis, vibrantes, subverter o governo, eliminaro sistema monetário, instituir a automação completa e destruir osexo masculino.Hoje é tecnicamente possível reproduzir sem a ajuda dos macho (e,aliás, das fêmeas) e buscar o nascimento de fêmeas, apenas.Precisamos começar a fazer isso imediatamente. Conservar o sexomasculino não tem sequer o objetivo incerto da reprodução. O macho éum acidente biológico: o gene Y (macho) é um X (fêmea) incompleto,ou seja, tem um conjunto incompleto de cromossomos.
Em outras palavras, o macho é uma fêmea incompleta, um aborto ambulante,mutilado no estágio de gene. Ser macho é ser deficiente, emocionalmente limitado. A condição masculina é uma deficiência, e os machos são inválidos no setor emocional.O macho é totalmente egocêntrico, enredado em si mesmo, incapaz deter empatia ou de se identificar com os outros, inábil para o amor,a amizade, a afeição ou a ternura. É uma unidade em isolamentoabsoluto, que não consegue se relacionar com ninguém. Suas relaçõessão totalmente viscerais, não cerebrais. Sua inteligência é uma simples ferramenta a serviço do seu instinto animal, de impulsos enecessidades. Ele é incapaz de paixão mental, de inteiração mental.Não se relaciona com nada além de suas próprias relações físicas. Éum semimorto, uma excrescência insensível, incapaz de dar ou receberprazer ou felicidade. Conseqüentemente, ele é --- mesmo dando o melhor de si--- um tédio, uma bolha inofensiva, já que só pode terencanto quem é capaz de se concentrar nos outros. Ele está presonuma zona crepuscular a meio caminho entre os seres humanos e osmacacos e consegue ser bem pior que estes, uma vez que, ao contráriodos macacos, é capaz de uma série de sentimentos negativos --- ódio,ciúme, desprezo, repugnância, culpa, vergonha, incerteza--- esobretudo tem consciência do que é e do que não é.Embora completamente físico, o macho é inepto até para o serviço degaranhão. Mesmo admitindo a capacidade mecânica que poucos homenstêm, ele é --- em primeiro lugar--- incapaz de tirar uma peçaa de roupa com tesão, com desejo. Em vez disso, é consumido pela culpa e pela verginha, pelo medo e pela insegurança: sentimentos que,enraizados na natureza masculina, até o mais esclarecido dos treinamentos só consegue minimizar. Em segundo lugar, o sentimentofísico que ele atinge está próximo do nada. E em terceiro, ele não sente empatia pela parceira, mas fica obcecado pela idéia de como está se saindo, transformando o ato sexual num desempenho nota 10,fazendo um bom trabalho de encanador. Chamar um homem de animal é elogiá-lo. Ele é uma máquina, um pênis artificial ambulante.Frequentemente ouve-se que os homens usam as mulheres. Usam-nas paraquê? Para o prazer é que não é.Consumido pela culpa, pela vergonha, por medos, por inseguranças eobtendo uma sensação física perceptível somente por sorte, o macho é, contudo, obcecado por sexo. É capaz de atravessar um rio decatarro ou de andar um quilômetro com vômito até o nariz seacreditar que no final terá uma vagina amigável à sua espera. Fará sexo com a mulher que ele despreza, uma bruaca velha e desdentada, e pagará por isso. Por quê? Alívio de tensão física não é a resposta, já que isso a masturbação resolve. A satisfação do ego também não serve como explicação, porque não pode ser proporcionada porcadáveres fudidos e bebês.Completamente egocêntrico, incapaz de se relacionar, de ter empatiaou de se identificar, e com uma sexualidade vasta, penetrante edifusa, o macho é fisicamente passivo. Por odiar essa passividade,ele a projeta nas mulheres, defini-se como ativo e então parte paraprovar essa condição ("provar que é Homem"). Trepar é o seuprincipal artifício para provar que é o ativo na relação (o GrandeHomem com um Grande Pinto tirando a roupa de um Grande Avião). Umavez que ele está tentando legitimar um equívoco, precisa "comprová-lo" interminavelmente. Assim, trepar é uma tentativa desesperada,compulsiva, de provar que ele não é passivo, que não é mulher. Noentanto, ele é passivo e na verdade quer ser mulher.Sendo uma fêmea incompleta, o macho passa a vida procurando secompletar, isto é, tornar-se mulher. Faz isso buscando as fêmeas,confraternizando-se e tentando viver e se fundir com reivindicandopara si todas as características femininas ---resistência emocionale independência, força, dinamismo, decisão, calma, objetividade,auto-afirmação, coragem, integridade, vitalidade, intensidade,profundidade de caráter etc. --- projetando nas mulheres todos ostraços masculinos --- vaidade, frivolidade, trivialidade, fraquezaetc. Só existe uma área evidente de superioridade masculina sobre afêmea: a de relações públicas. (Ele teve sucesso absoluto na tarefade convencer milhões de mulheres de que os homens são mulheres e asmulheres são homens.) O macho alega que as fêmeas se realizam namaternidade, porém a sexualidade reflete a visão dos machos sobre oque seria a realização masculina se eles fossem fêmeas.As mulheres não têm inveja do pênis, os homens é que cobiçam avagina. O macho, ao admitir sua passividade, define-se como mulher,travestindo-se (os machos, assim como as fêmeas, acham que os homenssão mulheres e as mulheres são homens). Ele perde o desejo de trepar(ou de fazer qualquer outra coisa; aliás, ele só se realiza comodrag queen) e faz com que lhe cortem o pinto. Adquire então umsentimento contínuo e difuso de "ser mulher". Trepar é, para ohomem, uma defesa contra o seu desejo de ser mulher. O sexo em si éuma sublimação.O macho, com sua obsessão em se compensar por não ser fêmeaassociada à incapacidade de se relacionar e de ter compaixão, fez domundo um monte de merda. Por causa dele há:. GuerraO método masculino normal de se compensar por não ser fêmea --- asaber, disparar sua Grande Arma --- é altamente inadequado, já que omacho só pode fazer isso poucas vezes. Assim ele o faz em escalarealmente maciça e prova a todo mundo que é um Homem. Já que ele nãosente compaixão e nem é capaz de ter empatia ou identificação, valea pena causar uma enorme quantidade de mutilação e sofrimento, alémde destruir um número infinito de vidas, inclusive a dele mesmo,para provar a sua virilidade. Uma vez que a sua vida não tem valor,é melhor vagar num esplendor de glória do que se arrastarsinistramente por mais cinqüenta anos.. Amabilidade, educação e "dignidade"Todo homem, bem no fundo, sabe que não passa de um pedaço de merda.Massacrado por um senso de bestialidade e profundamente envergonhadopor isso, o macho quer, não se exprimir, mas ocultar dos outros queele é apenas físico. Procura disfarçar o seu total egocentrismo, oódio e o desprezo que sente pelos outros homens e esconder de si oódio e o desprezo que suspeita lhe ser dirigido pelos outros homens.Tendo um sistema nervoso tosco e ficando facilmente perturbado pelamenor demonstração de emoção ou de sentimento, o macho instituiu efaz questão que seja cumprido um código "social" garantidor de umaperfeita indiferença, sem a menor mácula de sentimento ou de opiniãoinquietadora. Usa expressões como "ter contato íntimo", "terrelações com" (para os homens, "relações sexuais' é redundância),revestidas de modos afetados: o macaco de terno.. Dinheiro, casamento e prostituição. Trabalho e entraves àsociedade automatizadaNão há razão humana para alguém trabalhar mais de dois ou três diaspor semana, no máximo. Todos os trabalhos não criativos(praticamente todos os trabalhos atuais) já poderiam ter sidoautomatizados há muito tempo. E, numa sociedade sem dinheiro, todasas mulheres poderiam ter o melhor de tudo o que quisessem. Mas hárazões não humanas, razões masculinas, para a manutenção do sistemadinheiro-trabalho:1. Vagina. Desprezando seu eu altamente inadequado, dominado por umaintensa ansiedade e uma solidão profunda --- pelo seu eu vazio ---,desesperado para se ligar a qualquer fêmea na tênue esperança de secompletar (na crença mística de que tocando o ouro ele setransformará em ouro), o macho anseia por um convívio contínuo aolado das mulheres. A companhia da mais baixa das fêmeas é preferívelà sua própria ou à de qualquer outro homem, que só serve paralembrar-lhe de sua repugnância. Mas para ficar ao lado dos machos,as fêmeas, a menos que sejam muito jovens ou muito doentes, precisamser coagidas ou subornadas.2. Dar uma ilusão de utilidade ao macho e a possibilidade dejustificar a sua existência cavando buracos e enchendo-os. O tempode lazer deixa o macho aterrorizado, pois ele não tem nada a fazer anão ser contemplar seu eu grosseiro. Incapaz de se relacionar ou deamar, o homem precisa trabalhar. As fêmeas anseiam por uma atividadeabsorvente, que tenha sentido e seja emocionalmente satisfatória,mas se não têm oportunidade ou capacidade para isso, elas preferemficar ociosas e gastar o tempo de modo conveniente - dormindo,fazendo compras, jogando boliche, sinuca, cartas ou outros jogos,procriando, lendo, caminhando, so¬nhando acordadas, comendo,brincando consigo mesmas, indo ao cinema, tomando pílulas, fazendoterapia, viajando, refestelando-se na praia, nadando, assistindo àtelevisão, ouvindo música, decorando a casa, fazendo jardinagem,costurando, indo a boates, dançando, visitandopessoas, "aperfeiçoando a mente" (freqüentando cursos) eabsorvendo "cultura" (conferências, peças, concertos, filmes dearte). Por isso muitas fêmeas prefeririam, mesmo supondo a totaligualdade econômica entre os sexos, viver com machos ou vender abunda na rua, a fim de terem a maior parte do tempo para sipróprias, em vez de todo dia passarem horas a fio fazendo para outrapessoa um trabalho enfadonho, imbecilizante, não criativo,funcionando como animais (menos que isso na verdade), como máquinasou, na melhor das hipóteses --- se forem capazes de encontrarum "bom" trabalho ---, co-administrando um monte de merda. Assim, oque vai libertar as mulheres do controle dos machos é a totaleliminação do sistema dinheiro-trabalho, e não a obtenção daigualdade econômica entre os sexos neste sistema.3. Poder e controle. Incapaz de ter soberania em suas relaçõespessoais com as mulheres, o macho exerce o domínio geral manipulandoo dinheiro e tudo e todos que são dominados pelo dinheiro. Em outraspalavras, tudo e todos.4. Substituto do amor. Incapaz de oferecer amor e afeição, o machodá dinheiro. Isso faz com que se sinta maternal. A mãe dá leite, eledá pão. É o Provedor.5. Dá ao macho um objetivo. Inábil para desfrutar o momento, o machoprecisa de algo para aguardar ansiosamente, e o dinheiro lhe ofereceum objetivo eterno, que jamais acaba. Imagine o que você poderiafazer com 80 trilhões de dólares --- invista-os! E dentro de trêsanos você terá 300 trilhões de dólares!!!6. Propicia ao macho a base para a sua maior oportunidade decontrolar e manipular --- a paternidade.. Paternidade e doença mental (medo, covardia, timidez, humildade,insegurança, passividade)A mãe quer o melhor para seus filhos. O papai só quer o que é melhorpara o papai, ou seja, paz e calma, alimentando a sua ilusão dedignidade ("respeito") e de uma boa imagem de si mesmo (status) edando-lhe a oportunidade de controlar e manipular --- ou, se é umpai "esclarecido", de "dar orientação". Além disso, ele desejasexualmente sua própria filha: dá a mão dela ao futuro marido,desejando o restante para si. Papai, ao contrário de mamãe, nuncapode ceder para os filhos, já que precisa, a todo custo, conservar asua ilusão de força e firmeza, de estar sempre com a razão. Nuncafazer o que se tem vontade leva à falta de confiança na própriacapacidade de enfrentar o mundo e a uma aceitação passiva do statusquo. A mãe ama seus filhos, embora às vezes se zangue. Mas a raivapassa rápido e, mesmo enquanto perdura, não impede o amor e aaceitação básica. Emocionalmente doente, papai não ama seus filhos:ele os aprova se forem "bons", ou seja, se forem bem-comportados, "respeitosos", obedientes, subservientes à sua vontade,tranqüilos e não inclinados a demonstrações inconvenientes de mauhumor sumamente danosas para o sistema nervoso masculino do papai,que se perturba com muita facilidade. Resumindo: se forem vegetaispassivos. Se não forem "bons", ele não fica zangado --- não se forum pai moderno, "civilizado" (o bruto descontrolado, furioso, hojefora de moda, é preferível, pois, sendo tão ridículo, pode serdesprezado facilmente). Em vez disso, manifesta sua desaprovação, umestado que, diferentemente da raiva, resiste e impede uma aceitaçãobásica, causando na criança um sentimento de inutilidade e umaeterna obsessão pela aprovação. O resultado é o temor ao pensamentoindependente, pois este leva a opiniões e modos de vida poucoconvencionais, desaprovados.Para que a criança obtenha a aprovação do papai, ela precisarespeitá-lo e, sendo um lixo, o papai só pode garantir o respeitopermanecendo altivo, distante e agindo de acordo com o preceito deque "a intimidade gera o desrespeito", o que evidentemente é verdadese a pessoa não merece respeito. Sendo altivo e distante, ele écapaz de permanecer desconhecido, misterioso e assim inspirar medo("respeito").A desaprovação de "cenas" emocionais gera na criança o temor poremoções fortes, pelo seu próprio sentimento de raiva e de ódio e porencarar a realidade. Encará-la de frente fatalmente à raiva e aoódio. O medo da raiva e do ódio, aliado à falta de confiança na suaprópria capacidade de lidar com o mundo e de mudá-lo, ou até deafetar por pouco que seja o próprio destino, leva a uma crençainsensata de que o mundo e a maioria das pessoas que nele vivem sãobons e de que as distrações mais banais, triviais, são profundamenteagradáveis e uma grande diversão.A conseqüência da paternidade nos machos, especificamente, é torná-los Homens, ou seja, bastante defensivos em relação a todos osimpulsos de passividade, viadagem, e ao desejo de ser fêmea. Todogaroto quer imitar a mãe, ser ela, fundir-se com ela, mas o papaiproíbe isso: ele é a mãe, ele se funde com ela. Assim, ele tentaconvencer o filho --- às vezes diretamente, outras indiretamente ---a não ser um maricas, a agir como um Homem. O garoto, borrando-se demedo e "respeitando" o pai, obedece e imita exatamente o papai, essemodelo de virilidade, o ideal cem por cento americano - o idiotaheterossexual bem-comportado.A conseqüência da paternidade sobre as mulheres é torna-Ias machos --- dependentes, passivas, domésticas, boazinhas, inseguras, em buscade aprovação e segurança, covardes, humildes, "respeitosas" emrelação às autoridades e aos homens, fechadas, com dificuldade dereação, semimortas, triviais, burras, convencionais e totalmentedesprezíveis. A menina do papai --- sempre tensa e medrosa,insegura, incapaz de analisar, sem objeyividade --- gosta dele e,portanto, dos outros homens, num contexto de medo ("respeito") e nãosó é incapaz de ver a concha vazia que está por trás da fachadaaltiva, como também aceita a seguinte definição: o pai dá o melhorde si mesmo como um ser superior, como fêmea, e a menina comporta-secomo um ser inferior, como macho --- o que, graças ao papai, elarealmente é.Foi o fortalecimento da paternidade --- resultado da maior difusãodo sistema monetário, de que a paternidade necessita para prosperar --- que levou ao aumento geral da irracionalidade e aoenfraquecimento das mulheres nos Estados Unidos desde a década de20. A grande ligação da riqueza com a paternidade fez com que quasesempre apenas as meninas erradas --- ou seja, as meninas da classemédia "privilegiada" --- fossem "educadas".O resultado da paternidade, em suma, tem sido a corrosão do mundopelos machos. O macho tem um toque de Midas negativo: tudo o que eletoca transforma-se em merda.. Supressão da individualidade, bestialidade (domesticidade ematernidade) e funcionalismoO macho não passa de um feixe de reflexos condicionados, é incapazde uma reação mentalmente livre. Ele é atado ao condicionamento querecebeu nos primeiros anos de vida, é determinado apenas pelasexperiências passadas. Suas experiências mais antigas são com a mãe,e por toda a vida ele fica preso emocionalnte a ela. Nunca ficatotalmente claro para o homem que ele não é parte de sua mãe, queele é ele, e ela é ela.Sua maior necessidade é ser guiado, abrigado, protegido e admiradopela mamãe (os homens esperam que as mulheres adorem aquilo que elesodeiam: eles mesmos) e, sendo apenas físico, anseia por passar otempo (que não é passado "no mundo", defendendo-se ferozmente de suapassividade) chafurdando em atividades animais básicas: comer,dormir, cagar, relaxar e ser saciado pela mamãe. A menininha dopapai, sempre em busca de aprovação, de um afago na cabeça,do "respeito" de qualquer qualquer de lixo que passe por seucaminho, é facilmente reduzida mamãe, assistente idiotizada dasnecessidades físicas, lisonjeadora do tedioso, das sobrancelhas demacaco, promotora do ego débil, apreciadora do desprezível, umagarrafa de água quente com tetas.A redução à condição animal sofrida pelas mulheres do segmento maisatrasado da sociedade ---a classe média "privilegiada e educada", osdeficientes da humanidade ---, onde o papai reina absoluto, foi tãocompleta que elas tentam curtir as dores do parto e circulam pelopaís mais avançado do mundo, no meio no século XX, com bebêsmascando suas tetas. Entretanto não é pelo bem das crianças queos "especialistas" dizem às mulheres que a mamãe deve ficar em casae se aviltar a uma vida animal, e sim pelo bem do papai: a teta épara o papai se pendurar nela e as dores do parto são para o papaicurtir, vivenciando-as (semi-morto, ele precisa de estímulosterrivelmente fortes para conseguir reagir).A redução da fêmea a um animal, à mamãe, a um homem, é necessáriaapor razões psicológicas e também práticas: o macho é um membro daespécie, permutável com qualquer outro . Não existe nenhumaindividualidade profunda ligada ao que o estimula, ao que o absorve,àquilo com que se relaciona. Totalmente concentrado em si, capaz dese relacionar apenas com seu corpo e com sensações físicas, osmachos diferem uns dos outros apenas quanto ao grau e aos modos comotentam se defender contra sua passividade e seu desejo de ser fêmea.A individualidade da fêmea --- que ele percebe de forma aguda, masnão compreende e tampouco apreende emocionalmente, e com a qual éincapaz de se relacionar --- amedronta-o, preocupa-o e o enche deinveja. Assim, ele nega à fêmea essa individualidade e depois definetodo mundo em termos da função ou do uso que ele ou ela tem,garantindo para si mesmo, evidentemente, as funções maisimportantes --- médico, presidente, cientista. Com isso, obtém umaidentidade, se não uma individualidade, e tenta convencer a si mesmoe às mulheres (teve mais êxito convencendo as mulheres) de que afunção da fêmea é parir e criar filhos e relaxar, confortar epromover o ego do macho --- função esta que a torna permutável comqualquer outra fêmea. Assim, a função da fêmea é se relacionar,curtir, amar e ser ela própria, insubstituível. A função do macho éproduzir esperma. Porém, agora temos bancos de esperma.Na verdade, a função da fêmea é explorar, descobrir, inventar,solucionar problemas, contar piadas, cantar --- tudo com amor. Poroutras palavras, criar um mundo mágico.. Impedir a privacidadeEmbora o macho --- tendo vergonha do que é e de quase tudo o quefaz --- insista na privacidade e no sigilo em todos os aspectos desua vida, ele não aprecia verdadeiramente a privacidade. Sendovazio, não se sentindo um ser completo, não tendo um eu do qualgoste e precisando sempre da companhia feminina, ele não vê nada deerrado em se intrometer nos pensamentos de qualquer mulher, atémesmo nos de uma desconhecida, em qualquer lugar e a qualquer hora.No entanto, ele se sente indignado, insultado e confuso quando ohumilham, obtendo dele revelações --- o macho não consegue, por maisque tente, compreender como alguém pode preferir um longo minutosozinho em vez da companhia de qualquer idiota que esteja por perto.Com uma vontade intrínseca de se tornar mulher, ele faz o possívelpara estar constantemente ao lado de uma --- o mais próximo que eleconsegue chegar de ser uma fêmea. Para isso criou uma "sociedade"baseada na família: um casal macho-fêmea e seus filhos (a desculpapara a existência da família), que vivem controlando uns aos outros,violando inescrupulosamente os direitos, a privacidade e a sanidadeda fêmea.. Isolamento, condomínios e rejeição da comunidadeNossa sociedade não é uma comunidade, mas sim uma coleção deunidades familiares isoladas. Desesperadamente inseguro, temendo quesua mulher o abandone caso tenha contato com outros homens ou comqualquer coisa remotamente semelhante à vida, o macho procura isolá-la dos outros homens e da pouca civilização que exista: decide viverem condomínios, que são agrupamentos de casais voltados para sipróprios e para seus filhos. O isolamento lhe possibilita atentativa de manter a sua pretensão de ser um indivíduo tornando-seum "individualista austero", um solitário, que equipara a não-cooperação e a solidão à individualidade.Mas há ainda uma outra razão para o macho se isolar: todo homem éuma ilha. Enredado em si mesmo, emocionalmente isolado, incapaz dese relacionar, o macho tem horror à civilização, às pessoas, àscidades, às situações que exigem capacidade de compreender e serelacionar com os outros. Assim, como um coelho amedrontado, ele saicorrendo, arrastando consigo o babaquinha do papai para o mato, paraos condomínios ou, no caso do hippie --- ele está em vias deextinção, cara! ---, até para o pasto, onde pode transar e procriarsem ser perturbado e vagabundear com os seus colares e sua flauta.O hippie --- cujo desejo de ser um Homem, um "individualistasevero", não é tão forte quanto o do homem médio, e que além dissose entusiasma com a idéia de ter várias mulheres à disposição --- serebela com o rigor da vida do provedor e a monotonia de uma únicamulher. Em nome da divisão e da cooperação, ele forma a comunidadeou a tribo que, com toda a sua convivência, e em parte por causadela (a comuna, sendo uma família extensa, é uma violação extensados direitos, da privacidade e da sanidade da fêmea), tem tanto deuma comunidade quanto a "sociedade" normal.Um verdadeira comunidade compõe-se de indivíduos não simplesmente demembros de espécies, não de casais --- que respeitam aindividualidade e a privacidade uns dos outros, ao mesmo tempo emque interagem mental e emocionalmente uns com os outros (espíritoslivres em relações mútuas livres) e cooperam mutuamente para atingirfins comuns. Os tradicionalistas dizem que a unidade básicada "sociedade" é a família; os hippies dizem que é a tribo; ninguémse refere ao indivíduo.O hippie tagarela sobre individualidade, mas sua idéia formada sobreela não é melhor que a de qualquer outro homem. Ele deseja voltarpara a natureza, voltar para o mato, voltar para o lar dos animaispeludos --- pois é um deles ---, distanciar-se da cidade, onde hápelo menos um sinal, um mero início de civilização, para viver nonível da espécie, ocupando seu tempo com atividades simples, nãointelectuais: cultivar, transar, fazer colares de contas. Aatividade mais importante da comunidade, que constitui a sua base, éa suruba. O hippie se sente atraído pela comunidade sobretudo devidoà perspectiva da gratuidade de todas as vaginas --- o principalproduto rural a ser compartilhado, que é obtido com um simplespedido. Mas, cego de cobiça, ele deixa de imaginar todos os outroshomens com quem tem de dividir as vaginas, ou o ciúme e apossessividade delas.Os homens não podem cooperar para atingir um fim comum, porque oobjetivo de todo homem é ter todas as vaginas para si. Assim, acomunidade está fadada ao fracasso: cada hippie, em pânico, agarraráa primeira idiota que o cutucar e correrá com ela mais rápidopossível para um quarto. O macho não pode ascender socialmente,apenas oscila para a frente e para trás, do isolamento para a suruba.. ConformidadeEmbora queira ser um indivíduo, o macho tem medo de qualquer coisaque o diferencie minimamente dos outros homens, levando-o asuspeitar que ele não é realmente um homem, que ele é passivo etotalmente sexual --- uma suspeita altamente perturbadora. Se osoutros homens são A e ele não, então pode não ser um homem: deve seruma bicha. Assim, ele tenta afirma a sua virilidade sendo como todosos outros homens. Qualquer diferença nos outros homens, assim comonele próprio, o ameaça: significa que eles são bichas e portantoprecisam ser evitados a qualquer custo. Ele tenta garantir que todosos outros homens se enquadrem.O macho ousa ser diferente na medida em que admite sua passividade eseu desejo de ser fêmea, sua bichice. O macho mais discrepante é adrag queen, mas esta, embora diferente da maioria dos homens, éexatamente como todas as outras drag queens: como algo não orgânico,ele tem uma identidade, é uma fêmea. Tenta afastar todas as suasdificuldades, mas a individualidade ainda inexiste. Não estandocompletamente convencido de ser mulher, muito inseguro quanto a serbastante feminino, ela se ajusta compulsivamente ao estereótipo queo macho faz da fêmea, e no fim das contas não é mais que um feixe demaneirismos afetados.Para ter certeza de que é um homem, o macho precisa ter a garantiade que a fêmea seja claramente uma mulher, o oposto de um homem, ouseja, a fêmea precisa agir como uma bicha. E a menina do papai, queteve todos os seus instintos de fêmea arrancados de si quandopequena, adapta-se fácil e obsequiosamente ao papel.. Autoridade e governoNão tendo nenhum senso do certo e do errado, nenhuma consciência ---que só pode derivar da capacidade de se colocar no lugar do outro ---, não tendo nenhuma fé em seu eu inexistente, sendo necessariamentecompetitivo e por natureza incapaz de cooperar, o macho sentenecessidade de orientação externa e controle. Assim, ele criouautoridades --- padres, especialistas, chefes, líderes etc. --- egoverno. Com o desejo de representar o papel da mulher, de usurpar afunção dela como Guia e Protetora e de ser guiado (mamãe) por ela ---mas incapaz de aceitar esses fatos (afinal de contas, ele é umHOMEM!) ---, o macho providencia que todas as autoridades sejammachos.Não há razão alguma para que uma sociedade composta de seresracionais --- capazes de sentir empatia uns com os outros, completose sem nenhuma razão natural para competir - precise de governo, leisou líderes.. Filosofia, religião e moralidade baseadas no sexoA incapacidade do macho de se relacionar com os outros ou comqualquer coisa torna a sua vida inútil e sem significado (apercepção masculina básica é de que a vida é absurda). Assim, eleinventou a filosofia e a religião. Sendo vazio, ele se volta para omundo exterior, não apenas para ter orientação e controle, mas parase salvar e buscar o significado da vida. Sendo impossível afelicidade nesta Terra, ele inventou o céu.Para o homem, incapaz de ter empatia com os outros e um sertotalmente sexual, "errado" é a "licenciosidade" sexual e a adoçãode práticas sexuais "diferentes" ("indignas do homem"), pois estasnão o defendem contra a sua passividade e sexualidade totais. Já quea civilização baseia-se inteiramente na necessidade masculina dedefesa contra essas características, ela seria destruída caso asexualidade do homem seja satisfeita. Para a mulher (segundo oshomens), "errado" é qualquer comportamento que induziria os homensà "licenciosidade" sexual --- ou seja, não colocar as necessidadesdo macho acima das dela e não ser bicha.A religião, além de dar aos homens um objetivo (o céu) e de ajudar amanter as mulheres atadas a eles, oferece rituais por meio dos quaiseles podem tentar expiar a culpa e a vergonha que sentem por não sedefenderem o suficiente de seus impulsos sexuais. Essencialmente, aculpa e a vergonha que sentem de serem machos.A maioria dos homens, totalmente covarde, projeta nas mulheres assuas fraquezas inerentes, chama-as de fraquezas femininas e acreditater forças femininas. A maioria dos filósofos, não tão covardes,embora encare o fato de os homens terem deficiências masculinas, nãopode admitir que elas só existem nos homens. Assim, esses filósofoschamam a condição masculina de Condição Humana e propõem o problemada sua nulidade --- que os aterroriza --- como um dilema filosófico,conferindo assim envergadura à sua bestialidade. Comgrandiloqüência, eles chamam sua nulidade de "problema deidentidade" e então falam em "crise do individual", "essência doser", "existência precedendo a essência", "modos de serexistenciais" etc. etc.A mulher não apenas conta com sua identidade e individualidade comotambém sabe instintivamente que a única coisa errada é causar danoaos outros e que o significado da vida é o amor.. Preconceito (racial, étnico, religioso etc.)O macho precisa de bodes expiatórios sobre os quais ele possaprojetar suas deficiências e inadequações e com os quais possa darvazão à frustração que sente por não ser fêmea. E as váriasdiscriminações têm a vantagem prática de aumentar consideravelmentea quantidade de vaginas disponíveis para os homens com status.. Competição, prestígio, status, educação formal, ignorância, classesocial e classe econômicaTendo um desejo obsessivo de ser admirado pelas mulheres, mas sendodesprovido de valor intrínseco, o macho constrói uma sociedadealtamente artificial, que lhe permite ter uma aparência de valorgraças ao dinheiro, ao prestígio, à classe social, aos diplomas, àposição profissional e ao conhecimento, derrubando profissional,social, econômica e educacionalmente tantos homens quanto puder.O objetivo da educação superior não é educar, e sim excluir dasvárias profissões o maior número de indivíduos possível.O macho --- totalmente físico e incapaz de relação mental---, emborapossa compreender e usar conhecimentos e idéias, é inábil para serelacionar com eles, apreendê-Ios emocionalmente. Ele não valoriza oconhecimento e as idéias por si próprios (considera-os apenas meiospara chegar a fins) e, conseqüentemente, não tem necessidade departilhar sua vida mental, de cultivar as potencialidadesintelectuais dos outros. Pelo contrário, o macho tem um interesseinvestido na ignorância, que garante aos poucos homens cultos umavantagem decisiva sobre os incultos. Além disso, o macho sabe queuma população de fêmeas esclarecidas, conscientes, significará o seufim. A fêmea saudável, inteligente, quer a companhia de gente do seunível, que ela possa respeitar e curtir. Pelo contrário, o macho e afêmea masculina doente, insegura e sem auto confiança anseiam pelacompanhia dos vermes.Uma revolução social genuína não pode ser realizada pelo macho, poiso macho que está no alto quer a permanência do status quo, e aqueleque está na base quer unicamente ser o macho que está no alto. Omacho "rebelde" é uma farsa. Esta é a "sociedade" do macho, feitapor ele para satisfazer às necessidades dele. Ele nunca estásatisfeito, porque não é capaz de se satisfazer. O macho "rebelde"revolta-se basicamente contra o fato de ser macho. O macho só mudaquando é forçado a isso pela tecnologia, quando não tem escolha,quando a sociedade atinge o estágio em que ele precisa mudar paranão morrer. Nós estamos nesse estágio agora: se as mulheres nãomudarem rapidamente sua mentalidade, poderemos todos morrer.. Rejeição do diálogoSendo totalmente autocentrado e incapaz de se relacionar comqualquer coisa além de si mesmo, a "conversa" do macho, quando nãogira em torno dele mesmo, é uma lengalenga impessoal, sem nenhumconteúdo de valor humano. A "conversa intelectual" do macho é umatentativa forçada, compulsiva, de impressionar a fêmea.A menina --- passiva, adaptável, respeitosa e temerosa do macho ---permite que o papai lhe imponha a sua conversa terrivelmenteinsípida. Para ela isso não é muito difícil, uma vez que a tensão, aansiedade, a intranqüilidade, a insegurança, a incerteza quanto aseus próprios sentimentos e sensações --- que o papai instilou nela --- tornam superficiais as suas percepções e a incapacitam de ver quea arenga do macho é uma arenga. Como o esteta "apreciador" dapretensa "Grande Arte" que não passa de uma bolha, ela acreditaestar curtindo a chatice do bobalhão ao seu lado. Além de permitirque a bolha dele domine, a fêmea faz com que a sua própria conversase adapte a ela.Treinada desde a tenra infância para ser amável, educada e digna,para alimentar a necessidade masculina de disfarçar a suabestialidade, ela obsequiosamente reduz sua conversa a um diálogomole, insípido, evitando qualquer assunto fora do estritamentetrivial. Se é educada, sua conversa é intelectual, ou seja, umdiscurso impessoal sobre abstrações irrelevantes: o Produto InternoBruto, o Mercado Comum, a influência de Rimbaud na pinturasimbolista. Sua perícia em alimentar o ego do macho é tanta que issoacaba por ser uma segunda natureza, e ela continua a fazê-lo atéquando só há mulheres à sua volta.Sua conversa também é limitada pelo temor de manifestar opiniõespróprias, diferentes ou originais, e pela sua insegurança, por acharque não deve pensar apenas em si mesma. Dificilmente a amabilidade,a dignidade, a insegurança e o estar voltado apenas para si mesmopodem levar à intensidade e ao espírito, qualidades que uma conversaprecisa mostrar para ter encanto e merecer esse nome. É improvávelque a conversa feminina seja arrebatadora, pois só as mulherestotalmente auto confiantes, arrogantes, sociáveis, orgulhosas,decididas são capazes de uma conversa inteligente, maliciosa.. Rejeição à amizade (amor)Os homens desprezam a si mesmos, a todos os outros homens --- a quemdispensam pouco mais do que um olhar displicente e a quem nãoconsideram fêmeas (por exemplo, terapeutas "simpáticos" e "GrandesArtistas") ou agentes de Deus --- e a todas as mulheres que osrespeitam e alimentam seu ego. As fêmeas masculinas inseguras, embusca de aprovação, alimentam o ego masculino, desprezam a si mesmase a todas as mulheres que se parecem com elas. As fêmeas femininasautoconfiantes, vibrantes, em busca de emoções, desprezam os homense as fêmeas masculinas que alimentam o ego deles. Resumindo, odesprezo está na ordem do dia.Amor não é dependência nem sexo, mas sim amizade. Portanto, o amornão pode existir entre dois machos, entre um macho e uma fêmea ouentre duas fêmeas masculinas, situações em que um ou ambos sãomachos estúpidos, inseguros, alimentadores do ego masculino. Assimcomo a conversa, o amor só pode existir duas fêmeas femininasseguras, independentes, vibrantes,uma vez que a amizade se baseia norespeito e não no desprezo.Até mesmo entre fêmeas vibrantes, as amizades profundas raramenteocorrem na idade adulta, quando a maioria já está ligada a homenspara sobreviver economicamente ou luta para abrir caminho na selva etentar manter a cabeça acima da massa amorfa. O amor não podeflorescer numa sociedade baseada no dinheiro e no trabalho semsentido. O amor exige total liberdade econômica e pessoal, tempo delazer e oportunidade de se empenhar em atividades absorventes,emocionalmente satisfatórias, que, ao serem compartilhadas com quemse respeita, levam à amizade profunda. Nossa sociedade praticamentenão oferece oportunidade para nos empenharmos nessas atividades.Tendo varrido do mundo o diálogo, a amizade e o amor, o macho nosoferece estes substitutos desprezíveis:. Grande Arte e CulturaO "artista" masculino tenta resolver seu dilema de não ser capaz deviver, de não ser fêmea, construindo um mundo altamente artificialonde o macho se torna herói, ou seja, exibe traços femininos, e afêmea é reduzida a papéis altamente limitados, insípidos esubordinados, ou seja, a ser macho.Uma vez que o objetivo "artístico" do macho não é comunicar-se (comseu vazio interior ele não tem nada para dizer) e sim disfarçar suabestialidade, ele recorre ao simbolismo e à obscuridade ("obraprofunda"). A grande maioria das pessoas, sobretudo as educadas, nãoacredita no próprio julgamento, é humilde e respeita a autoridade("Papai sabe mais" é traduzido para a linguagem adulta como "Ocrítico sabe mais", "O escritor sabe mais", "O Ph.D sabe mais").Assim, aprende facilmente a acreditar que a obscuridade, a condutaevasiva, o hermetismo, o modo indireto, a ambigüidade e a chaticesão marcas de profundidade e brilho.A "Grande Arte" prova que os homens são superiores às mulheres, queos homens são mulheres, uma vez que quase toda a chamada "GrandeArte" --- como os antifeministas adoram nos lembrar --- foi criadapelos homens. Sabemos que a "Grande Arte" é grande porque asautoridades masculinas nos disseram isso e não podemos afirmar ocontrário, pois aqueles que têm uma sensibilidade brilhante, muitosuperior à nossa, podem perceber e apreciar tal grandeza, e o fatode eles apreciarem esse lixo prova a superioridade da suasensibilidade.Apreciar é a única diversão dos cultos. Passivos e incompetentes,sem imaginação nem espírito, eles precisam se virar desse jeito.Incapazes de criar suas próprias diversões, de criar um mundinhoseu, eles têm de aceitar o que lhes é dado. Incapazes de criar ou dese relacionar, eles assistem. Absorver a cultura é uma tentativadesesperada, frenética, de gostar de um mundo insípido, de fugir aohorror de uma existência idiota. A cultura fornece um agradinho parao ego dos incompetentes, um meio de racionalizar a observaçãopassiva. Eles podem se orgulhar de sua capacidade de apreciar ascoisas "mais finas", de ver uma jóia onde há apenas um cocô (queremser admirados por admirar). Não acreditando em sua capacidade demudar o que quer que seja, resignados com o status quo, eles têm deachar o cocô bonito porque, até onde vai a sua visão de mundo, aúnica coisa que terão é mesmo o cocô.A veneração pela arte e pela cultura --- além de levar muitasmulheres para atividades enfadonhas, passivas, que as afastam deatividades mais importantes e gratificantes e do cultivo de suaspotencialidades --- leva à constante intromissão em nossasensibilidade de pomposas dissertações sobre a profunda beleza desseou daquele cocô. Isso permite que o artista se sinta detentor desentimentos, percepções, compreensões e julgamentos superiores,minando a fé das mulheres inseguras no valor e na validade dos seuspróprios sentimentos, percepções, compreensões e julgamentos.O macho, tendo uma extensão muito limitada de sentimentos e,conseqüentemente, percepções, compreensões e julgamentos, precisa doartista para orientá-lo, para dizer-lhe o que há na vida. Mas oartista masculino, sendo totalmente sexual, incapaz de se relacionarcom qualquer coisa a não ser com suas próprias sensações físicas enão tendo nada para exprimir além da compreensão de que para o machoa vida não tem sentido e é absurda, não pode ser artista. Como podeele, que não é capaz de vida, nos dizer o que há na vida? Um artistamasculino é uma contradição de termos. Um degenerado só podeproduzir arte degenerada. O verdadeiro artista é toda fêmea autoconfiante, saudável. E, numa sociedade feminina, a única arte, aúnica cultura, serão as fêmeas vaidosas, louquinhas e divertidas securtindo e curtindo tudo mais no universo.. SexualidadeO sexo não faz parte de um relacionamento. Pelo contrário, é umaexperiência solitária, não criativa, uma grande perda de tempo. Afêmea pode facilmente --- muito mais facilmente do que pensa ---condicionar-se para afastar seu impulso sexual, ficando totalmentetranqüila, cerebral e livre para perseguir relacionamentos eatividades com algum valor real. Mas o macho, que parece gostarsexualmente das mulheres e procura sempre excitá-las, estimula asfêmeas altamente sensuais a frenesis de desejo, enfiando-as numa desexo da qual poucas escapam. O macho lúbrico excitou a fêmeavoluptuosa. Ele precisa fazer isso, pois se a fêmea transcender seucorpo, se ela se elevar acima da bestialidade, o macho, que tem seuego constituído pelo pênis, desaparecerá.O sexo é o refúgio dos tolos. E quanto mais tola é a mulher, tantomais profundamente ela é impregnada da cultura masculina. Resumindo:quanto mais sexual, melhor ela é. As melhores mulheres da nossasociedade são as maníacas sexuais furiosas. Mas a nata das mulheresnão desce ao nível da transa --- o que seria grosseiro. Elas fazemamor, comungam por meio do seu corpo e estabelecem uma relaçãosensual; as literatas se sintonizam com a pulsação de Eros eapreendem o Universo; as religiosas entram em comunhão espiritualcom o Sensualismo Divino; as místicas se fundem com o PrincípioErótico e se unem ao Cosmo; e as mentes adeptas do ácido entram emcontato com suas células eróticas.De outro lado estão as fêmeas menos impregnadas da culturamasculina, as menos amáveis, essas almas simples e grosseiras quereduzem transar a transar; pueris demais para o mundo adulto doscondomínios, das hipotecas, das vassouras e do cocô de nenê;egoístas demais para criar filhos e marido; incivilizadas demaispara dar ouvidos à opinião dos outros sobre elas; arrogantes demaispara respeitar o papai, os "grandes" ou a profunda sabedoria dosanciões; que igualam cultura a mulheres; que têm como única diversãorondar à procura de emoções; que gostam de fazer cenas repugnantes,desagradáveis, perturbadoras; vacas odiosas, violentas, que batemcom a porta na cara de quem as irrita demais; e que afundariam umpunhal no peito de um homem 'ou enterrariam um furador de gelo emseu cu logo que o vissem, caso soubessem que poderiam fazer isso semserem punidas. Resumindo, as fêmeas que, pelos padrões danossa "cultura", constituem SCUM: são tranqüilas, relativamentecerebrais e margeiam a assexualidade.Livre do decoro, da amabilidade, da sensatez, da opinião pública,da "moralidade", do "respeito" dos idiotas, as cúmplices de SCUMsempre fedidas, sujas, sórdidas, estão aparecendo cada vez mais.Elas já viram o show inteiro, pedaço por pedaço: a cena da transa, acena da chupada, a cena do sapatão. Já cobriram todo o cais,passaram por debaixo de todas as docas e quebra-mares: o quebra-mardo pênis, o quebra-mar da vagina. É preciso ter feioe muito sexopara ser anti-sexo, e as militantes do SCUM, depois de teremexperimentado tudo, estão prontas para outro show. Elas querem sairrastejando de sob a doca, mudar, decolar, mergulhar para uma saída.Mas o SCUM ainda não prevalece, ainda está na valeta da nossasociedade que, se não for desviada da sua rota atual e se a bombanão cair sobre ela, se precipitará para a morte.. TédioA vida numa sociedade --- feita por e para seres que, quando nãoestão soturnos e deprimidos, são uma chatice sem fim --- só podeser, quando não soturna e deprimida, uma chatice sem fim.. Segredo, censura, supressão do conhecimento e de idéias eexposição públicaO medo mais profundo, secreto e terrível do macho é o medo dadescoberta de que ele não é fêmea e sim macho, um animal subumano.Embora a amabilidade, a educação e a dignidade sejam suficientespara evitar a sua exposição no nível pessoal, a fim de evitar aexposição do sexo masculino como um todo e de manter a sua posiçãoartificialmente dominante na sociedade, o macho precisa apelar para:1. Censura. Respondendo instintivamente a palavras e frasesisoladas, sem qualquer reflexão e associação ao sentido geral, ojeito de o macho impedir que sua bestialidade desperte e sejadescoberta é censurar não apenas a pornografia como também qualquerobra que contenha palavrões, independentemente do contexto em quesão usados.2. Repressão do conhecimento e das idéias que possam expô-lo ouameaçar a sua posição dominante na sociedade. Grande parte dos dadosbiológicos e psicológicos é reprimida porque prova a totalinferioridade do macho em relação à fêmea. Além disso, o problema dadoença mental jamais será resolvido enquanto os machos mantiverem ocontrole, porque, em primeiro lugar, os homens têm um interesseinvestido nela --- apenas as fêmeas com vários parafusos a menospermitirão que os machos tenham um pouquinho de controle sobrequalquer coisa --- e, em segundo, o macho não pode admitir o papelda paternidade na origem da doença mental.3. Exposição pública. O que mais encanta o macho --- na medida emque é possível dizer que o macho tenso, soturno, consegue seencantar com alguma coisa --- é expor as pessoas. Não tem muitaimportância o que ele expõe, desde que as pessoas sejam expostas:isso desvia a atenção de si mesmo. Expor os outros como agentesinimigos (comunistas ou socialistas) é um dos passatempos preferidosdele, pois com isso o que o ameaça é retirado não apenas dele mas dopaís e do mundo ocidental. O grande problema não é ele, e sim aRússia.. DesconfiançaIncapaz de ter empatia, de sentir afeto ou de ser leal, pensandoexclusivamente em si mesmo, o macho não tem senso de jogo limpo.Covardemente, com necessidade constante de bajular a fêmea paraganhar a aprovação dela --- sem a qual ele está perdido ---, sempretenso, temendo que sua bestialidade (sua masculinidade) sejadescoberta, sempre precisando disfarçar, ele não pára de mentir.Sendo vazio, não tem honra nem integridade --- desconhece estaspalavras. O macho, em resumo, é insidioso, e a única atitudeadequada numa sociedade masculina é o cinismo e a desconfiança.. FeiúraSendo totalmente sexual, incapaz de reações cerebrais ou estéticas,totalmente materialista e ganancioso, o macho, além de impingir aomundo a "Grande Arte", decorou suas cidades sem paisagens, com umesbanjamento de feiúra: ela está nos prédios (tanto por dentroquanto por fora), nas decorações, nos outdoors, nas vias expressas,nos carros, nos caminhões de lixo e sobretudo em seu próprio eupodre..Ódio e violênciaO macho se consome na tensão, na frustração de não ser fêmea, naincapacidade de jamais atingir qualquer tipo de satisfação ouprazer. É consumido pelo ódio: não o ódio racional dirigido contraaqueles que nos lesam ou nos insultam, mas um ódio irracional,indiscriminado, que no fundo é o ódio ao seu próprio eu inútil.A violência gratuita que pratica, além de provar que ele é um homem,serve como vazão para o seu ódio e ainda --- sendo o macho capazapenas de respostas sexuais e precisando de estímulos muito fortespara animar seu eu semimorto --- lhe propicia um pouco de vibraçãosexual.. Doença e morteTodas as doenças são curáveis, mas o processo de envelhecimento emorte deve-se à doença. É possível, portanto, nunca envelhecer eviver para sempre. Na verdade, os problemas do envelhecimento e damorte poderiam ser resolvidos em poucos anos caso se investisselargamente numa pesquisa científica sobre eles. Entretanto isso nãoé possível dentro do establishment masculino, pois:1. Muitos cientistas fogem da pesquisa científica, apavorados com adescoberta de que os machos são fêmeas, e mostram uma nítidapreferência por programas viris, "másculos", de guerra e morte.2. Muitos cientistas em potencial são desencorajados a se¬guircarreiras científicas devido à rigidez, à chatice, às despesas, aolongo tempo necessário e à injusta exclusividade do nosso sistemaeducacional "superior".3. A propaganda disseminada por profissionais masculinos inseguros,que protegem zelosamente suas posições para que apenas um pequenogrupo selecionado possa compreender conceitos científicos abstratos.4. A falta generalizada de autoconfiança gerada pelo sistemapatriarcal, que desestimula a formação científica em muitas jovenstalentosas.5. Falta de aut mação. Hoje já existe uma grande quantidade de dadosque, se ordenada e correlacionada, revelaria a cura do câncer, demuitas outras doenças e talvez até forneceria a chave para a própriavida. Mas os dados são tão numerosos que sua correlação exigecomputadores de alta velocidade. A introdução dos computadores seráadiada interminavelmente sob o sistema de controle masculino, pois omacho tem horror à idéia de ser substituído por máquinas.6. A necessidade insaciável que o sistema monetário tem de novosprodutos. A maioria dos poucos cientistas disponíveis que não estátrabalhando em programas de morte encontra-se vinculada a pesquisaspara empresas.7. O macho gosta da morte --- ela o excita sexualmente e, já mortopor dentro, ele quer morrer.8. A preferência que o sistema monetário tem pelos cientistas menoscriativos. A maioria dos cientistas vem de famílias no mínimorelativamente ricas, onde o papai reina soberano.Incapaz de um estado positivo de felicidade, única coisa que podejustificar a existência humana, o macho, na melhor das hipóteses,está relaxado, confortável, neutro. Mas essa condição durapouquíssimo, pois o tédio, um estado negativo, logo se instala.Assim, ele está fadado a uma existência de sofrimento, aliviadoapenas por intervalos ocasionais e fugazes de tranqüilidade ---estado que atinge apenas às custas de alguma fêmea. O homem é, porsua própria natureza, um sanguessuga, um parasita emocional, eportanto não tem direito ético à vida, já que ninguém tem direito àvida às custas de outra pessoa.Assim como os seres humanos, em relação aos cachorros, têm umdireito prioritário à existência por serem mais desenvolvidos edotados de uma consciência superior, também as mulheres têm umdireito prioritário à existência em relação aos homens. A eliminaçãode qualquer macho é, portanto, um ato justo e bom, um ato altamentebenéfico para as mulheres e também um ato de misericórdia.Entretanto, essa questão moral se transformará num problemaacadêmico dentro de algum tempo, pois o macho está, pouco pouco,eliminando a si próprio. Além de se dedicar às clássicas guerras eaos tradicionais tumultos raciais, os homens estão cada vez mais setornando bichas ou se destruindo com as drogas. A fêmea, queira ounão queira, acabará assumindo totalmente o comando, se não por outrarazão, porque não terá alternativa: o macho, para todos os efeitospráticos, não existirá.O fato de um número cada vez maior de machos estar adquirindo uminteresse pessoal esclarecido acelera essa tendência. Eles estãopercebendo cada vez mais que o interesse da fêmea é o interessedeles, que eles só podem viver por intermédio da fêmea e que, quantomais a fêmea for incentivada a viver, a se realizar, a ser uma fêmeae não um macho, tanto mais próximo ele estará da vida. Ele estáprestes a perceber que é mais fácil e satisfatório viver porintermédio da mulher do que tentar ser ela e usurpar as suasqualidades, reivindicando-as como suas, empurrá-la para baixo edizer que ela é macho. A bicha, que aceita a sua masculinidade, ouseja, sua passividade, sua total sexualidade e sua efeminação,também é mais bem servida por mulheres que sejam verdadeiramentefemininas, pois assim seria mais fácil para ela ser macho. Se oshomens fossem sábios tentariam realmente ser fêmeas, concentrandoesforços numa pesquisa biológica intensa que levaria à possibilidadede, por meio de operações no cérebro e no sistema nervoso, setransformarem psicológica e fisicamente em mulheres.Continuar a usara fêmea para reprodução ou reproduzir em laboratório também setornará uma questão acadêmica: o que acontecerá quando todas asfêmeas estiverem tomando pílula e não houver mais nenhum acidente?Quantas mulheres irão engravidar (se houver um acidente) epermanecer grávidas? Não, as mulheres não adoram ser éguasreprodutoras, apesar de toda a baboseira dita pelas fêmeasrobotizadas, que sofreram lavagem cerebral. Numa sociedade compostaapenas de mulheres totalmente conscientes, a resposta será: nenhuma.Uma parcela delas deverá ser reservada compulsoriamente para servircomo reprodutoras da espécie? Isso obviamente não dará certo. Aresposta é a produção de bebês em laboratórios.Quanto à questão de continuar ou não a reproduzir machos: do fato deque o macho, como a doença, sempre existiu entre nós não sedepreende que ele deva continuar a existir. Quando o controlegenético for possível--- e logo será --- nem é preciso dizer quedeveremos produzir apenas seres completos, íntegros, e não defeitosfísicos ou deficiências, inclusive as emocionais, tais como amasculinidade. Assim como seria altamente imoral a produçãodeliberada de cegos, o mesmo se aplicaria à produção deliberada dealeijões emocionais.Por que produzir até mesmo mulheres? Por que deve haver geraçõesfuturas? Qual seria o objetivo delas? Quando o envelhecimento e amorte forem eliminados, por que continuar a reproduzir? Por quedeveríamos nos interessar pelo que acontece quando morremos? Por quedeveríamos nos interessar pelo fato de não haver geração mais jovempara nos suceder?Pode ser que o curso natural dos acontecimentos, da evolução social,leve ao total controle do mundo pela mulher e depois à cessação daprodução de machos, para finalmente levar à cessação da produção defêmeas.Mas o SCUM é impaciente. O SCUM não se consola com a idéia de que asgerações futuras prosperarão e quer ter alguma emoção em sua vida.E, se uma grande maioria de mulheres fizer parte do SCUM, elaspoderão adquirir o total controle deste país dentro de poucassemanas, apenas suspendendo sua força de trabalho e com issoparalisando toda a nação. Outras medidas --- qualquer uma delasseria suficiente para desintegrar a economia e tudo o mais ---seriam: as mulheres se declararem fora do sistema monetário, pararemde comprar e começarem a saquear, ou simplesmente se recusarem aobedecer a todas as leis que não acham importantes. A forçapolicial, a Guarda Nacional, o Exército e a Marinha de Guerra juntosnão poderiam dominar uma rebelião de mais da metade da população,sobretudo quando é feita por pessoas sem as quais eles não conseguemsobreviver.Se todas as mulheres simplesmente abandonassem os homens, recusando-se a ter qualquer relação com eles, todos os homens, o governo e aeconomia nacional desmoronariam completamente. Mesmo sem deixar oshomens, as mulheres conscientes da extensão de sua superioridade ede seu poder sobre eles poderiam adquirir controle absoluto sobretudo dentro de poucas semanas, conquistando a total submissão dosmachos às fêmeas. Numa sociedade sã, o macho trotaria obedienteatrás da fêmea. O macho é dócil e facilmente conduzido, submetidosem esforços ao domínio de qualquer fêmea que queira dominá-lo. Naverdade, o macho quer desesperadamente ser conduzido pelas fêmeas,quer a mamãe no comando, quer abandonar-se aos cuidados dela. Masesta não é uma sociedade sã, e a maioria das mulheres não é, nemremotamente, consciente de sua situação em relação aos homens.Assim, o conflito não está entre fêmeas e machos, e sim entre oSCUM --- fêmeas dominadoras, seguras, autoconfiantes,desagradáveis,violentas, egoístas, independentes, orgulhosas, em busca de emoção,que vão aonde querem, arrogantes, que se consideram preparadas paracomandar o universo, que experimentaram livremente tudo o que hánesta sociedade e estão prontas para experimentar algo muito além doque ela tem para oferecer --- e as filhinhas do papai --- amáveis,passivas, cordatas, "cultas", educadas, dignas, reprimidas,dependentes, amedrontadas, burrinhas, inseguras, carentes deaprovação. Ou seja, as fêmeas que não conseguem enfrentar odesconhecido, que querem continuar chafurdando no esgoto, pois pelomenos elas o conhecem. Hesitantes, ficam para trás junto com osmacacos. Só se sentem seguras com o Poderoso Papai ao seu lado, umhomem grande e forte em quem se apóiam e com uma cara gorda ecabeluda na Casa Branca. Meninas que são covardes demais paraencarar a terrível realidade do que é o homem, do que é o papai; quelançaram a sorte ao lado do suíno. Adaptaram-se à bestialidade,sentindo-se superficialmente confortáveis com ele e desconhecendoqualquer outro modo de "vida". Reduziram a mente, os pensamentos eas opiniões ao nível do macho: sem senso, imaginação e espírito, sópodem ter valor numa sociedade masculina. Só conseguem ter um lugarao sol ou então na lama como bajuladoras, alimentadoras do ego,tranqüilizadoras e reprodutoras. São descartadas como inconseqüentespor outras fêmeas. Projetam suas deficiências, sua masculinidade,sobre todas as fêmeas e vêem a fêmea como um verme.Mas o SCUM é impaciente demais para ficar esperançoso e aguardar aneutralização do efeito da lavagem cerebral em milhões de babacas.Por que as fêmeas vibrantes precisam continuar a se arrastarmelancolicamente ao lado dos machos estúpidos? Por que o destinodaquela que é vibrante deve ser unir-se àquele que é rastejante? Porque aquela que é ativa e imaginativa deve consultar, sobre políticasocial, aquele que é passivo e obtuso? Por que a independente tem deficar confinada no esgoto junto com o dependente que precisa seapoiar no papai?Meia dúzia de integrantes do SCUM poderá, dentro de um ano, assumiro controle do país e ferrar sistematicamente o sistema, destruindoseletivamente a propriedade e assassinando:. As integrantes do SCUM se tornarão membros da força dedestrabalho, da força de sabotagem. Elas arranjarão trabalhos devários tipos e então começarão a destrabalhar. Por exemplo, asvendedoras do SCUM não cobrarão pela mercadoria; as telefonistas doSCUM não cobrarão pelas ligações; as militantes do SCUM quetrabalharem em escritórios e em fábricas, além de sabotar seutrabalho, secretamente destruirão o equipamento.. As integrantes do SCUM irão destrabalhar num emprego até seremdispensadas, então arranjarão outro emprego para destrabalhar.. As integrantes do SCUM substituirão à força os motoristas deônibus, de táxi e os vendedores de bilhetes de metrô. Então irãodirigir os ônibus e táxis e distribuir para o público passagensgratuitas.. As integrantes do SCUM destruirão todos os objetos inúteis edanosos - carros, "Grande Arte" etc.. Posteriormente, o SCUM assumirá as airwaves --- redes de rádio etelevisão ---, substituindo à força todos os empregados das estaçõesde rádio e emissoras de televisão que tentarem impedir o SCUM deaparecer nos meios de comunicação.. O SCUM irá se arrojar contra os casais --- colidir contra casaismistos (macho-fêmea), onde quer que eles estejam, e separá-los.O SCUM matará todos os homens que não estiverem em seu CorpoAuxiliar Masculino. Os homens do Corpo Auxiliar Masculino do SCUMsão aqueles que trabalham com afinco para eliminar a si próprios,homens que por uma razão ou outra fazem o bem, colaborando com oSCUM. Alguns exemplos dos homens do Corpo Auxiliar Masculino são:homens que matam homens; biólogos que trabalham em programasconstrutivos, em vez de se empenhar na guerra biológica;jornalistas, escritores, redatores, editores e produtores quedisseminam e promovem idéias propícias à realização dos objetivos doSCUM; bichas que por seu exemplo fulgurante incentivam outros homensa se desmasculinizar, tornando-se relativamente inofensivos; homensque estão sempre jogando tudo fora, como dinheiro, coisas, serviços;homens que falam exatamente o que são (até agora nenhum deles fezisso), que deixam as coisas claras para as mulheres, que revelam averdade sobre si mesmos, que dão às fêmeas masculinas idiotas frasescorretas para elas papaguearem, que lhes dizem que o principalobjetivo da mulher deveria ser acabar com o sexo masculino. Paraajudar os homens nessa tarefa, o SCUM realizará Sessões de Merda,nas quais todos os machos presentes farão um discurso que começa coma frase: "Sou um cocô, um humilde cocô abjeto" e depois enumerarãotodos os sentidos em que são um cocô. Seu prêmio por fazerem issoserá a oportunidade de, depois da sessão, confraternizar por umahora inteirinha com o SCUM que estiver presente. Mulheres masculinasamáveis, de vida moral imaculada, serão convidadas a participar dassessões para esclarecerem qualquer dúvida ou mal-entendido quepossam ter sobre o sexo masculino. Também são colaboradores do SCUMos produtores e distribuidores de livros e filmes sobre sexo, queestão apressando o dia em que na tela só haverá Chupada e Foda (osmachos, como os ratos que seguem atrás do flautista de Hamelin,serão atraídos para a sua ruína pela vagina, serão vencidos esubmergirão, acabando por se afogar na carne passiva que eles são),os traficantes de drogas e os advogados, que estão colaborando parao desaparecimento dos homens.Estar no Corpo Auxiliar Masculino é uma condição necessária mas nãosuficiente para constar na lista de poupados pelo SCUM ---fazer obem não é o bastante. Para salvar seu traseiro inútil, os homenstambém precisam evitar o mal. Alguns exemplos dos tipos maisdetestáveis ou danosos são: estupradores, políticos e todos os queestão a serviço deles (formuladores de campanha, membros dospartidos políticos etc.); cantores e músicos ruins; presidentes deconselhos; locadores; proprietários de colheres engorduradas e derestaurantes que tocam musak; "Grandes Artistas"; os pães-duros e oscaloteiros; policiais; magnatas; cientistas que trabalham emprogramas de morte e destruição ou para a indústria privada(praticamente todos os cientistas); os mentirosos e os falsos; disc-jóqueis; homens que se intrometem, mesmo que do modo maisinsignificante, com mulheres desconhecidas; proprietários deimóveis; corretores da Bolsa de Valores; homens que falam quando nãotêm nada a dizer; homens que andam à toa na rua e estragam apaisagem com a sua presença; vigaristas; artistas trapaceiros;homens que atiram lixo na rua; plagiadores; homens que causam àsfêmeas qualquer tipo de dano, por menor que seja; todos os homens dosetor publicitário; psiquiatras e psicoterapeutas; escritoresinescrupulosos, jornalistas e editores desonestos; censores, tantodo nível público quanto do privado; todos os membros das forçasarmadas, inclusive os convocados (Lyndon Johnson e McNamara dão asordens, mas os soldados as cumprem) e sobretudo os pilotos (se abomba for despejada, não será por Lyndon Johnson, e sim por umpiloto). Caso um homem tenha comportamentos considerados bons eoutros, maus, ele será avaliado de modo global, subjetivamente, paradeterminar se, no frigir dos ovos, sua conduta geral é boa ou má.É muito tentador eliminar também, junto com os homens, as "GrandesArtistas" femininas, as mentirosas e falsas etc., mas isso não seriasensato, pois para a maioria das pessoas não ficaria claro que asfêmeas mortas eram machos. Todas as mulheres têm um pouco dedelatoras, umas mais outras menos, mas isso decorre da convivênciacom os homens. Eliminando-se estes, as mulheres terão umdesenvolvimento melhor. Elas são capazes de aperfeiçoamento; oshomens não, embora seu comportamento possa melhorar. Quando, empleno funcionamento, o SCUM estiver na cola deles, seu comportamentologo melhorará.Concomitantemente com a sabotagem, o saque, a separação de casais, adestruição e a matança, o SCUM irá recrutar. Assim, será composto derecrutadoras, os corpos de elite - as ativistas linha-dura(sabotadoras, saqueadoras e destruidoras) e a elite da elite: asmatadoras.Cair fora não é a resposta; sabotar sim. A maioria das mulheres jáestá excluída da sociedade, elas nunca estiveram dentro. A exclusãodá o controle àquelas poucas que se impuseram. A exclusão éexatamente o que querem os líderes do establishment: é a arma doinimigo. Fortalece o sistema em vez de miná-lo, pois se baseiainteiramente na não-participação, na passividade, na apatia e no não-envolvimento da massa das mulheres. Aplicada aos homens, entretanto,é uma política excelente, e o SCUM irá incentivá-laentusiasticamente.Olhar para o seu próprio interior à busca de salvação, contemplar opróprio umbigo, não é a resposta, como as Pessoas Excluídas noslevaram a acreditar. A felicidade está fora de nós e é alcançadapela interação com os outros. A generosidade, e não a preocupaçãoconsigo mesmo, deve ser o objetivo das pessoas. O macho, que só écapaz de pensar em si mesmo, faz de um defeito irremediável umavirtude e considera esse traço não só como um bem, mas como um bemfilosófico, e assim ganha a reputação de profundo.O SCUM não fará piquetes, manifestações, marchas ou greves paraatingir seus objetivos. Essas táticas são usadas por senhorasamáveis, finas, que adotam apenas esse tipo de ação, poisgarantidamente são ineficazes. Além disso, só as mulheres masculinasdecentes, de vida honrada, altamente treinadas em submergir naespécie, agem na base da multidão. O SCUM é composto de indivíduos,não é uma multidão, uma bolha. Em qualquer situação, só seráempregado o número de militantes do SCUM necessário à suarealização. Além disso o SCUM, sendo tranqüilo e egoísta, não sesujeitará a levar uma cacetada na cabeça, dada por um policial. Issoacontece com senhoras amáveis da classe média, "privilegiadas eeducadas", que valorizam muito a tocante fé na bondade inerente dopapai e dos policiais. Se o SCUM alguma vez marchar, será sobre acara idiota e nauseante do presidente.O SCUM sempre terá uma ação criminal e não se baseará nadesobediência civil, ou seja, em transgredir abertamente a lei e sedeixar prender a fim de chamar atenção para uma injustiça. Essastáticas reconhecem a justiça do sistema como um todo e são usadasapenas para modificá-lo ligeiramente, para mudar leis específicas. OSCUM se opõe a todo o sistema, às próprias idéias de lei e degoverno. Quer destruir o sistema, e não simplesmente conseguiralguns direitos dentro dele. Além disso, o SCUM --- sempre egoísta,sempre tranqüilo --- tentará evitar a prisão e a punição. E pretendesempre ser furtivo, sorrateiro (embora o trabalho das assassinasSCUM venha sempre a ser reconhecido, por sua alta qualidade).A destruição e os assassinatos serão seletivos e bem determinados. OSCUM é contra os tumultos enlouquecidos, indiscriminados, sem nenhumobjetivo claro e nos quais muitas das nossas militantes sãoeliminadas. O SCUM jamais irá instigar, incentivar ou participar detumultos de qualquer tipo ou de qualquer forma de destruiçãoindiscriminada. Ele se aproximará de sua presa em silêncio,tranqüila e furtivamente, e então matará com frieza. A destruiçãonunca levará ao bloqueio das vias necessárias, ao transporte dealimentos e outros artigos essenciais, à contaminação ou ao corte dofornecimento de água, ao bloqueio de ruas e do tráfego a ponto de asambulâncias não poderem avançar ou à inviabilização do funcionamentodos hospitais.O SCUM continuará destruindo, saqueando, sabotando e matando até queo sistema dinheiro-trabalho não exista mais e a automação tenha sidototalmente instaurada. Ou até que coopere com o SCUM um númerosuficiente de mulheres para tornar a violência desnecessária àconsecução desses objetivos, ou seja, até que um número suficientede mulheres destrabalhe ou deixe de trabalhar, comece a saquear,deixe os homens e se recuse a obedecer a todas as leis inadequadas auma sociedade verdadeiramente civilizada. Muitas mulheres secorrigirão. Mas muitas outras, rendidas de longa data ao inimigo,tão adaptadas à bestialidade e à masculinidade, que aprenderam agostar das restrições e limitações e não sabem o que fazer com aliberdade, continuarão a ser bajuladoras e capachos, do mesmo modocomo os camponeses das plantações de arroz continuam a sercamponeses das plantações de arroz quando um regime é substituídopor outro. Algumas das mais instáveis irão choramingar e ficaremburradas, atirando no chão seus brinquedos e panos de pia, mas oSCUM continuará a avançar implacavelmente sobre elas.Uma sociedade totalmente automatizada pode ser alcançada e modomuito simples e rápido, desde que a população pressione nessesentido. Os planos para ela já existem, e sua construção levaráapenas algumas semanas com milhões de pessoas trabalhando. Mesmofora do sistema monetário, todos ficarão muito contentes emtrabalhar e construir uma sociedade automatizada. Isso vai assinalaro início de uma nova era fantástica, e a sua construção será feitanum clima de comemoração. A eliminação do dinheiro e a instauraçãoplena da automação são elementos básicos para todas as outrasreformas do SCUM. Sem elas, as outras não poderão existir. Com elas,as outras ocorrerão muito rapidamente. O governo desmoronará por sisó. Com a completa automação, todas as mulheres poderão votardiretamente, graças a uma máquina eletrônica de votação que terão emcasa. Uma vez que o governo se ocupa quase totalmente com o controledos assuntos econômicos e com a legislação sobre questões puramenteprivadas, a eliminação do dinheiro e dos machos que queremregulamentar a "moralidade" não deixará praticamente nenhuma questãopara ser votada.Depois de eliminar o dinheiro não haverá mais necessidade de mataros homens. Eles serão privados do único poder que têm sobre asfêmeas psicologicamente independentes e só serão capazes de se imporàs mulheres capachos, que gostam de ser dominadas. As outras estarãoocupadas solucionando os poucos problemas que ainda não foramresolvidos e depois planejando seu programa para a eternidade e aUtopia --- programas educacionais totalmente inovadores, quepossibilitarão a milhões de mulheres serem preparadas em poucosmeses para o trabalho intelectual de alto nível, que hoje exige anosde formação (isso pode ser feito facilmente, já que o nosso objetivoeducacional é educar, e não perpetuar uma elite acadêmica eintelectual) ---, resolvendo os problemas da doença, da velhice e damorte e reprojetando radicalmente nossas cidades e bairros. Muitasmulheres continuarão durante algum tempo a pensar que gostam doshomens, mas à medida que forem se acostumando à sociedade feminina ese concentrando em seus projetos, elas acabarão por perceber a totalinutilidade e banalidade do macho.Os poucos homens que subsistirem poderão viver seus minguados diasviajando com drogas, se pavoneando como drag queens ou observandopassivamente as poderosas fêmeas em ação, satisfazendo-se comoespectadores, vivendo por meio delas2, ou procriando no pasto com asbajuladoras. Podem ainda ir até o centro de suicídio mais próximo,onde serão levados tranqüila, indolor e rapidamente à morte porinalação de gás.Antes da instauração da automação, da substituição dos homens pelasmáquinas, o macho será útil para a fêmea, a servirá, satisfará atodos os seus caprichos, obedecerá a todas as suas ordens, serácompletamente subserviente a ela, existirá em perfeita obediência àsua vontade, ao contrário da atual situação, totalmente aberrante,degenerada, na qual os homens --- além de não terem nenhumaexistência, congestionando o mundo com a sua presença ignominiosa ---são alimentados em seu ego pela massa de mulheres que se curvamdiante deles, milhões de fêmeas que veneram a Careca de Ouro, o cãolevando seu dono pela coleira. Quando na verdade o macho, quase umadrag queen, é menos miserável ao ter seu caráter canino reconhecido -não lhe fazem exigências emocionais incompatíveis com a realidade eas decisões são tomadas pelas mulheres. Os homens sensatos queremser pisoteados, esmagados e triturados, tratados como ainsignificância, a imundície que são: querem ver confirmada a suarepugnância.Os homens doentes, insensatos, aqueles que tentam se defender de suarepulsividade, quando virem o SCUM avançando em direção a eles seagarrarão aterrorizados à Grande Mamãe com suas Grandes TetasBalouçantes, mas as Tetas não o protegerão do SCUM. A Grande Mamãevai estar agarrada ao Grande Papai, que estará na esquina seborrando nas calças. Os homens sensatos, entretanto, não irãochutar, lutar ou protestar em desespero. Eles simplesmente sesentarão tranqüilos, se divertirão com o espetáculo e flutuarão nasondas do seu desaparecimento.
Valerie Solanas

Tuesday, January 16, 2007

O "carro de Jagrená" feminista

Para explicar a imprevisibilidade do fenômeno chamado "modernidade", o sociólogo inglês Anthony Giddens usa a metáfora do "carro de Jagrená". Segundo o autor, o mundo de hoje seria bastante diferente do imaginado pelos pensadores iluministas. Um mundo "descontrolado", que lança a humanidade para uma era de incertezas e dúvidas, como um carro desgovernado na qual todos nós, passageiros assustados, não podemos antecipar o destino. Transformam-se as relações sociais, pessoais ou profissionais, com a velocidade dos meios de transporte e tecnologia. Transformam-se, também, as relações de gêneros, em ambiente público e privado, mesmo que o desgovernado carro da modernidade sinta o atrito do solo machista, que tenta impedi-lo de seguir em frete para manter estável uma ordem que, como tudo na vida, está sendo ultrapassado pelo tempo. Assim compreendo o movimento feminista, em suas múltiplas correntes. Ao denunciar os abusos patriarcais, lançou todos nós, homens e mulheres, numa estrada de transformações que, a despeito das perseguições e discriminações, avança indefinidamente rumo ao desconhecido. O objetivo era a igualdade, como não poderia ser diferente, mas, desgovernado, poucos se arriscam a prever onde o carro de jagrená feminista vai parar. À medida que a igualdade avançava, a mulher superou facilmente o homem em todos os setores em que puderam competir. O opressor, antes tão cruel, agora tira a máscara e, como a fragilidade de uma criança, se acha perdido em confuso, buscando um novo papel. As dúvidas sobre este novo papel masculino, dolorosa tarefa para quem tem o machismo arraigado na mente, tem como resposta muitas vezes o recrudescimento da violência. Pobre homem perdido diante das transformações do mundo! Mais do que nunca, faz-se necessário libertar-se não apenas das antigas relações de poder, mas também do manto iluminista igualitário, que muitas vezes não deixam discutir as diferenças de forma construtiva. É o respeito por estas diferenças, em vários aspectos, que pode guardar as chaves para o futuro. somos livres para pensar e refletir. Homens e mulheres são diferentes, isto ninguém questiona, o problema é até onde vai estas diferenças. Falar em "superioridade da mulher", a princípio, pode contrariar os fundamentos do próprio feminismo. É compreensível. No entanto, pode ser também uma forma de, respeitando as diferenças, sem opressão ou ódio, construir uma sociedade mais humana, justa, fraterna, que respeite e conviva em harmonia com a natureza, guiada pelos princípios femininos. Restaurar a feminilidade do mundo, procurando, na medida do possível, conduzir o carro de jagrená feminista rumo a uma sociedade matriarcal, é mais que um sonho. É uma aposta em um ideal de vida.