Saturday, November 29, 2008

Nosso cromossomo cotó

Equipe internacional de cientistas decifra o cromossomo X
Publicado no JC Online em 16.03.2005, às 15h48

Uma equipe internacional de geneticistas acaba de fazer a primeira análise completa do cromossomo X, a misteriosa espiral de DNA que determina o gênero humano e cuja disfunção é apontada como causa de cerca de dez doenças hereditárias.

Este trabalho marco, que será publicado na edição desta quinta-feira no semanário científico britânico "Nature", sugere que homens e mulheres devem o seu sexo parcialmente a cromossomos que evoluíram de um organismo assexuado, menos de 300 milhões de anos atrás.
O estudo também abre novas portas para o diagnóstico e entendimento de alguns tipos de retardamento mental --e uma futura possibilidade de cura--, do câncer testicular, anomalias no sistema imunológico e muitas outras doenças hereditárias.

"O cromossomo X humano tem uma biologia única que se formou durante sua evolução ... (e) ocupa um lugar único na história da medicina genética", destacou o artigo.

Em cada conjunto de seus 23 pares de cromossomos, os seres humanos têm um par de cromossomos de gênero, cada um herdado de um dos pais biológicos. As mulheres têm dois cromossomos X, chamados assim por causa de seu formato, e os homens, um X e um Y.

Ao longo de milênios, o cromossomo Y foi progressivamente se degenerando até o formato de um pequeno tronco, um processo que dá sustentação à inquietante teoria de que os homens eventualmente podem vir a se extinguir na evolução.

O cromossomo Y tem hoje menos de cem genes, porções do DNA que contêm as proteínas, moléculas que compõem e mantêm os tecidos humanos.

Neste recente estudo, a equipe de cientistas chefiada pelo Instituto Wellcome Trust Sanger em Cambridge, Inglaterra, seqüenciou e analisou mais de 99% do cromossomo X, identificando nele a impressionante marca de 1.098 genes, cerca de 4% do total de todo o genoma.

Tentando compreender esta notável diferença entre os cromossomos X e Y, a equipe concluiu que os dois cromossomas evoluíram de origens modestas como um par "ordinário" de cromossomos idênticos em um organismo assexuado.

Mudanças em um gene de um destes pares originaram a cascata molecular que levou ao desenvolvimento do homem e, na seqüência, à degeneração do cromossomo Y em seu estado atual.

O cromossomo X, ao contrário, se manteve preservado com o passar dos anos. A teoria é que ele serve para manter um quadro mais complexo de genes de forma a compensar a retração do cromossomo Y.

Segundo o estudo, das 3.199 doenças hereditárias identificadas, 307 podem ser atribuídas a mutações ou falhas no cromossomo X, que interrompem a vital produção de proteínas.

Muitas destas doenças, entre elas a hemofilia e a distrofia muscular Duchenne (DMD), já foram associadas ao cromossoma X porque ocorrem apenas entre os homens. A razão para isto é que os homens têm apenas uma cópia do cromossomo X, enquanto as mulheres têm uma cópia de backup, estando portanto menos expostas a estas mutações em particular.

Mas, lembrou o estudo, também há outras doenças raras que são comuns aos dois sexos e podem ser atribuídas ao cromossomo X.

Graças ao seqüenciamento, 43 novos genes foram apontados como os culpados por doenças como cegueira, palato fissurado, câncer testicular, uma rara anomalia do sistema imunológico chamada doença linfoproliferativa associada ao cromossomo X e um tipo de retardamento mental conhecido como NS-LXMR.

"Ao estudarmos estes genes, podemos obter uma compreensão notável dos processos que levam a estas doenças", disse Mark Ross, chefe do projeto no Instituto Wellcome Trust Sanger.

"A partir do nosso estudo de um gene relacionado com a doença associada ao cromossomo X, um teste genético foi desenvolvimento e foi descoberto um novo caminho que controla o funcionamento do sistema imunológico", acrescentou.

Outros membros da equipe encarregada do estudo com o cromossomo X incluiu a Faculdade de Medicina Baylor College de Houston, Texas; o Instituto Max Planck de Genética Molecular e o Instituto de Biotecnologia Molecular, ambos na Alemanha; e o Centro de Seqüenciamento do Genoma da Universidade de Washington em St. Louis, Missouri (Estados Unidos).

O estudo mostrou que cerca de um terço de todo o cromossomo X é absorvido por uma seqüência repetida de DNA.

A teoria é que este é um mecanismo para "silenciar" genes, algo que é especialmente importante para as mulheres, pois garante que genes desnecessários de sua cópia de backup do cromossomo X permaneçam desativados.

Saturday, November 22, 2008

Por que a superioridade da mulher?

Em primeiro lugar vamos admitir: o mundo é das mulheres e ponto final. Se uma dia houve uma guerra dos sexos, ela já acabou e as mulheres venceram. Nós homens, derrotados, buscamos nossos cacos e procuramos repensar nosso papel na sociedade. Uma sociedade cada vez mais feminina, como feminina é a natureza e a essência da vida. Na velha guerra dos sexos, a inteligência venceu a força, mas parece que toda a humanidade vai sair vencedora. Nasce com o sol do futuro a percepção das vantagens que a mulher possui em relação ao homem.

Falar em diferenças biológicas é sempre muito complicado. A história da humanidade está repleta de exemplos tristes que demonstram o quanto esta idéia é perigosa. As ciências sociais nos indicam uma série de causas sociais que nos ajudam a compreender as diferenças, mas parecem incapazes de explicações mais abrangentes. Não se trata de um determinismo biológico bobo infantil, pois os próprios indivíduos são diferentes entre si e possuem suas idiossincrasias. No entanto, as diferenças entre homens e mulheres existem e estão diante de nossos olhos. Homens são mais musculosos e têm pelos pelo corpo. Mulheres desenvolvem seios e têm graça de gerar a vida. Homens e mulheres se diferenciam nos hormônios, órgãos sexuais e outras características físicas inquestionáveis. Logo, homens e mulheres são biologicamente diferentes sim. O que se deve discutir, pois, não é se as diferenças existem ou deixam de existir, mas até onde eles vão e quais influências podem exercer.

Quem responde a esta última pergunta, em última instância, não é a biologia, mas a ideologia iluminista da igualdade, uma espécie de escudo que impede a humanidade de se auto-destruir pela diferença transformada em fundamento da perseguição. Vivemos hoje, entretanto, uma época em que o avanço das pesquisas científicas nos colocam diante de dilemas que vão além das antigas questões. A sociobiologia avança e demonstram como a biologia e a sociologia se encontram, enriquecem os antigos debates e nos ajudam a compreender o ser humano.

Até onde vão as diferenças entre homens e mulheres? A resposta é simples: até onde elas não significam vantagens na vida social, como manda a boa e velha cartilha iluminista. Entretanto, a extensão destas diferenças é muito maior, e, seguramente, causam impacto na vida em sociedade. Isso é novo? Mais uma vez, não. O fato da mulher engravidar, uma diferença, justificou a suposta “proteção” machista e por muito tempo as tirou do mercado de trabalho. É ou não uma causa biológica interferindo na vida social?

O problema é que, nos dias de hoje, o pêndulo das vantagens sociais tende para o outro lado, contrariando a velha ordem patriarcal. Todavia, verdades devem ser ditas, doa a quem doer. Alguns fatos são inquestionáveis.

FATO: Mulheres amadurecem mais cedo. São mais responsáveis e possuem preocupações adultas muito mais cedo que os homens. Basta ver qualquer escola ou universidade. Todos nós, homens, aprendemos na sociedade machista que somos melhores que as mulheres, mas, na escola, temos sempre alguma melhor que nós. Sem dúvida, esta contradição tem forte impacto em nossa personalidade. Hoje, elas dominam as melhores universidades e já possuem mais estudos que nós. Em outras palavras, bastou dar igualdade para elas se mostrarem muito melhores que os homens, na média.

FATO: Mulheres são capazes de fazer muitas coisas ao mesmo tempo. Homens, precisam se concentrar naquilo que estão fazendo. Os neurocientistas explicam isso pelo número de sinapses. Aliás, se tamanho do cérebro fosse importante, o animal mais inteligente da natureza seria o elefante. A mulher tem um cérebro menor, mais usam os dois lados do cérebro com mais eficiência. Isso torna seu poder de raciocínio e capacidade de compreender questões abstratas impensável para um homem, mais literal. Faça um teste para ver. Alguns afirmam também que as mulheres possuem melhor memória.

Isso significa mais inteligência? Isso se casaria com maturidade para compor o quadro atual em que as mulheres vencem os homens em praticamente todos os campos em que disputam? Alguns dizem que sim, outros que não. Deve ser complicado mesmo explicar que a criatura tida pelo machismo como inferior é, de fato, mais inteligente que o opressor. Alguns dizem que elas, na média, são 3 por cento mais inteligente que nós. Verdade? Não vejo porque, com tantas diferenças visíveis, a capacidade cerebral seria necessariamente igual, e adivinhe até agora para quem os indícios dão vantagem? A esta altura um machista já deve estar falando: “mas todos os grandes gênios da humanidade foram homens”. Bom, tendo em vista que as mulheres estavam excluídas das escolas e da própria vida social, e que a história sempre foi feita pelos homens, tem até muita mulher deixando a posição secundária e se destacando, não é vê rdade? De qualquer forma, esta resposta parece fácil: quem está mais adaptada ao mundo de hoje? Quem consegue fazer várias coisas ao mesmo tempo ou uma de cada vez? Levando em consideração que ninguém precisa se concentrar para caçar rinoceronte entre os prédios da Avenida Paulista, fica fácil chegar a uma conclusão.

FATO: As mulheres possuem um par de cromossomos XX. Os homens, XY. Nada demais se não fosse o cromossomo Y uma espécie de “cromossomo cotó” incompleto. Sem o outro X para compensar eventuais defeitos, nós, homens, estamos sujeitos a uma série de doenças ou problemas congênitos. Na verdade, nós é que somos o sexo frágil, apesar de nossa capa de músculo. Adoecemos mais e vivemos menos. Questões sociais? Sem dúvida influencia, mas a proporção em relação a expectativa de vida está aumentando exatamente na medida que a mulher avança no mercado de trabalho e passa a estar expostas as mesmas situações que o homem. Ué? A expectativa de vida não deveria se igualar na medida que as a mulher também fosse submetida a situações estressantes?

Já não existe mais dúvida de que o feto, nas primeiras semanas, leva o cromossomo XX. Alguns apenas ativam o Y pouco tempo depois, tornando-se homem. Ao contrário da bíblia machista, primeiro surgiu a Eva. Depois, Adão. O homem é apenas uma variação do par XX, que incompleto se torna Y. Solanas, que todos nós, homens, deveríamos ler de cabeça aberta para aprender o nosso lugar, estava certa ao afirmar que o homem nada mais é que uma “mulher incompleta”, por isso é instável emocionalmente e violento.

Uma série de outros FATOS poderiam ser enumerados. Mulheres possuem melhor capacidade de fala, os sentidos mais apurados, são mais preparadas para trabalhar as emoções. Nós, homens, somos máquinas instintivamente preparadas para reproduzir, para liberar espermatozóide. Apenas as mulheres possuem um órgão destinado ao sexo. Logo, o sexo moderno, para o prazer, pode ser interpretado como coisa para mulher. Homem precisa liberar espermatozóide para reproduzir a espécie. Quando isso acontece, acabou a vontade. É a tão conhecida hora que nós deitamos para o lado e dormimos. Tudo é parte de nosso instinto primitivo, o plano da natureza para o sexo masculino, por isso violência e sexo, ligados a este veneno chamado testosterona, estão bem próximos para nós. As mulheres, ao contrário da propaganda machista, são a razão. São emoção também, e isso é extremamente positivo, pois nós, homens, não compreendemos muito bem os sentimentos. Não estamos acostumados a olhar nos olhos e perceber um problema, uma situação. Qual a mulher que nunca percebeu isso?

Diante disso tudo, o que faz o homem não reconhecer a sua inferioridade em relação à mulher? Em primeiro lugar, muitos não tem acesso a informação, vivendo em seu mundo machista que está aos poucos desmoronando, mas existe outros fatores.

Orgulho? Sem dúvida. É muito chato olhar para sua companheira, irmã ou qualquer outra mulher conhecida e se reconhecer como inferior. Ser alvo de risos e piadas certamente incomoda. Lembro de uma professora, com quem muito aprendi, que falava abertamente na superioridade da mulher numa sala de aula de pós-graduação. Os homens ficavam quietos e envergonhados. Bom, acho que, ao longo da história, as mulheres já sofreram muito em nossa mão. Elas sempre estiveram em uma situação de inferioridade social. Hoje, se o jogo está virando, é preciso entender que agora chegou a vez delas. É hora de assumirmos nossa nova condição e, se elas estão mais preparadas, entende-la como algo natural. Temos nosso papel na sociedade, mesmo que o século XXI aponte para a divisão do trabalho “mulher / trabalho intelectual” x “homem / trabalho manual”. Somos parte importante na construção de um mundo mais justo e humano em que predominará a essência feminina. Não há orgulho que resista a verdade.

Medo? A mulher é o projeto mais perfeito da natureza. Se a natureza nos projetou assim, não há o que temer. A mulher é mãe, carinho, amor e, mesmo tendo sido vítima da opressão e da violência masculina, saberá guiar os homens, hoje perdidos e desorientados, ao seu novo papel. Mais do que nunca, precisamos da maturidade e do equilíbrio emocional da mulher para nos orientar. A diferença é que agora a mulher toma consciência de nossa fragilidade e de seu papel na sociedade. Tudo ficará mais fácil

Feitiche? Sim, com certeza, mas o mais importante é que a “superioridade feminina” não é mera fantasia, mas um estilo de vida. Uma aposta no futuro. À medida que a mulher ultrapassa o homem na vida em sociedade, tomando as posições de comando, aflora o adormecido arquétipo da “grande mãe”, expressa muitas vezes em fantasia. Muitas vezes, esta fantasia é uma forma de expressar do medo, canalizando desejos e frustrações. O que é preciso é tomar consciência de que a “superioridade feminina” é um tema real e imediato, que precisa ser encarado sem medo e sem orgulho bestas. Joguem as armas da guerra do sexo no chão, afinal ela já acabou.

Na vida, tive diversas mulheres com quem aprendi muita coisa. Aprendi, sobretudo, o meu lugar. Aprendi a respeitar e obedecer qualquer mulher como uma criatura divina. Companheiras, professoras, amigas, amigas de Internet....Em longos papos e trocas de informação, aprendi que o caminho para um mundo mais justo, sem dúvida, passa pelo reconhecimento da essência feminina, que deve ter sob vigilância os instintos masculinos que tanto mal causaram ao nosso planeta. A estas mulheres brilhantes que passaram em minha vida, meu muito obrigado!

Rick