Sunday, June 29, 2008

Sobre a maior fragilidade do organismo masculino

Durante muito tempo, acreditamos ser o homem o "sexo forte" e a mulher o "sexo frágil". Com a musculatura mais desenvolvida, porte físico avantajado, a "força do homem" contrastava com a delicadeza da mulher. Hoje, todavia, chegou a hora de finalmente questionarmos essa dicotomia entre o "forte" e o "frágil". O que é verdadeiramente ser forte? O que é ser frágil?
Se ser forte significa conseguir abrir um pote de palmito, tudo bem, o homem é o "sexo forte". Mas será que é essa a melhor forma de definirmos o que é ser forte? Não seria a hora de redefinirmos os critérios do que é ser forte para algo, digamos, mais importante do que saber trocar um pneu?
A expectativa de vida das mulheres é maior que dos homens. Isso é fato. Como pode o corpo frágil ser mais resistente que o corpo forte? Causas sociais? Claro que isso fundamental. Seria um erro gritante justificar isso por um determinismo biológico, um anacronismo descabido. Contudo, também não podemos tentar justificar tudo pelo outro extremo, o determinismo social. É mais coerente, então, buscarmos aliar o biológico e o social, pois homens e mulheres possuem aspectos físicos semelhantes e diferentes, assim como vivem situações sociais semelhantes e diferentes. Em relação ao biológico, homens e mulheres continuarão a ser semelhantes e diferentes. Todavia, em ralação às situações sociais, o avanço da mulher na sociedade tende a tornar homens e mulheres mais semelhantes que diferentes. É um argumento corrente dizer que os homens possuem uma vida mais agitada e estressada que as mulheres. Embora esse argumento tenha uma boa dose de preconceito, pois ainda trás uma carga de machismo, vamos admiti-lo como correto. O avanço da mulher na sociedade, então, também exporia a mulher a uma vida mais agitada e estressada. Pela lógica do determinismo social, essa diferença tenderia a diminuir e, aos poucos, teríamos a expectativa de vida masculina e feminina igualada. De fato, o número de mulheres acometidas por doenças fatais aumentaram, o que prova a influência dos fatores sociais. Contudo, ao invés de diminuir, a diferença entre homens e mulheres continuam aumentando, com largas vantagem para as mulheres, apesar da redução das diferenças sociais. Isso prova que as diferenças biológicas não podem ser descartadas.
Diferenças biológicas que pode estar na maior fragilidade do corpo masculino em relação a doenças. Os músculos bem cultivados, que tanto orgulham os homens, ajudam a abrir uma lata de palmito, mas é incapaz de proteger seu organismo de algumas doenças que são quase exclusivamente masculinas. É certo que também há doenças femininas, mas são em menores quantidades, como as taxas de mortalidade espelham. Hoje, sabe-se que a combinação de cromossomos XX, das mulheres, faz com que o outro X corrija qualquer problema de um dos cromossomos. Já no homem, a combinação XY é mais frágil, pois o cromossomo Y, o "cromossomo cotó", não supre eventuais defeitos no X. Isso é uma explicação fácil para a maior parte de doenças congênitas que afligem os homens em maior quantidade.
As diferenças biológicas também podem se expressar no comportamento. Homens estão mais expostos a riscos, e a explicação disso é provável que também seja biológica. Todos reconhecem que as mulheres amadurecem mais cedo. Contudo, vendo o comportamento de alguns homens, mesmo depois de adultos, uma pergunta começa a ganhar força: Mulheres amadurecem mais cedo ou simplesmente amadurecem? O sexo frágil é o homem. O causou toda confusão até agora foi o fato dos homens, mesmo tendo o corpo mais frágil, possuir maior força física. Não há nenhuma contradição nisso. Então, se é assim, que tal nós, homens, usarmos essa força para alguma coisa? Abrir uma lata de palmito! Trocar um pneu! Fazer uma faxina! Pelo menos, assim, vamos estar usando os músculos para alguma coisa útil.